Análise da estória de Metroid Other M
NOTA: Como eu postei a análise também no Google Docs (https://docs.google.com/document/d/1a5VO4ejuTrMxvc6D7Vf3PN8SJurghfLfZ-mRthrkRsk/edit?pli=1), eventualmente faço correções ou adições ao texto, então quem se interessar a ler a análise, indicaria que lesse a versão do link na minha assinatura.
Olá a todos. Bem, este é meu primeiro tópico assim como minha primeira postagem neste fórum, portanto vocês devem imaginar que esta é a razão principal para eu ter me inscrito no site. Eu sei que pela mente de alguns de você deve estar passando a pergunta “Mas porque esse cara resolveu fazer uma análise de um jogo que já saiu há dois anos?”. Bem, várias razões! A primeira delas é que após vasculhar pela internet, principalmente nos fóruns brasileiros, eu obtive a impressão de que existe certa desinformação sobre os reais motivos para a reação negativa sofrida pelo jogo; outra razão seria o fato de que, após ter visto tantos debates sobre a catástrofe que é a estória de Other M (por favor, me escutem até o final, eu mostrarei meus motivos), postar minha própria análise sobre o tema seria um bom método para finalmente desabafar e entrar em termos com a realidade; por último, gostaria de, com este artigo, deixar claro de uma vez por todas para os defensores do jogo (ou pelo menos os que acompanham este fórum) que, enquanto eles são livres para gostar do jogo pelos motivos que lhes convirem, o ódio em relação ao jogo também não é injustificado. Eu tenho minhas razões e pretendo demonstrá-las.
Esta análise será relativa apenas à estória, portando não esperem opiniões sobre o gameplay de nenhum dos jogos mencionados. Inicialmente farei um resumo do enredo de cada jogo da série na ordem em que se situam na cronologia, com exceção de Metroid Prime: Hunters e Other M. Em seguida farei uma análise dos pontos do roteiro deste último que considero mais importantes, ressaltando quais os problemas presentes.
Significados:
Vermelho: informações importantes para a caracterização de Samus
Verde: momentos em que Other M contradiz outros Metroids
Azul: momentos em que Other M contradiz a si mesmo
Roxo: passagens em que estou sendo sarcástico, porque nós sabemos a facilidade com que a internet distorce o que dizemos.
Como vocês devem imaginar, TEM SPOILER PRA CARAMBA!!Sendo assim, vamos ao que importa.
Metroid (Zero Mission)
Metroid Prime.
Metroid Prime 2: Echoes
NOTA; É importante mencionar o seguinte: embora não tenha atuado diretamente no desenvolvimento da trilogia Prime, Yoshio Sakamoto atuou como consultor para a equipe responsável. Retro Studios enviava á ele cópias do enredo de todos os games para que Sakamoto conferisse se todos os detalhes do enredo estavam de acordo com os eventos da cronologia e de outros jogos da série.
Metroid II: Return of Samus
Super Metroid
Metroid Fusion
Qual o sentido disto tudo?
Agora creio que alguns se perguntem “Qual o sentido de fazer um resumo destes jogos?”. Bem, muitas pessoas acreditam que a escassez de informações sobre o passado de Samus, assim como de diálogos por parte da personagem, é um indicativo de que ela não teria uma personalidade, uma caracterização distinguível que denotasse traços de uma figura mais humana.
Mas não é algo tão simples, certo? Lembro-me que certa vez alguém questionou o seguinte: só porque uma pessoa é muda e não sabe se comunicar por sinais, você diria que ela é desprovida de emoções ou de personalidade? Outras pessoas, como eu, acreditam que as ações também definem um personagem, e Samus sempre se saiu muito bem neste sentido. Não só suas ações, mas também sua expressão corporal exibida em vários jogos ajudam a criar uma imagem maior que a de uma simples Bad-ass sem personalidade ou emoções, mas a de um ser humano.
Ao longo do tempo admitimos Samus como sendo uma mulher independente, forte e corajosa (aposto que ela come acarajé!), mas podemos ainda discenir outras características: afeição e gratidão por aqueles que a criaram depois da morte de seus pais, respeito por aqueles que dão a vida pelo dever, solidariedade em assumir responsabilidades que sequer dizem respeito a ela, revolta por perder pessoas que ela admira ou valoriza, ou mesmo partilha amizade, compaixão, mesmo que em raras ocasiões e , uma de suas qualidade mais admiráveis, a noção de que é preciso fazer sacrifícios para se preservar um bem maior.
Agora me digam: é possível afirmar que uma pessoa assim seria uma guerreira robótica sem emoções?
Metroid: Other M
1- Problemas gerais
Gostaria antes de discutir os problemas gerais da narrativa de Other M, aqueles que se referem à estrutura da estória e a roteirizarão.
Desde já, quero deixar claro uma coisa: qualidade de gameplay é algo bastante subjetivo, que varia de pessoa para pessoa, portanto se você gosta do gameplay de Other M, tudo bem, você é livre para apreciá-lo, mas se você gosta da estória de Other M, então eu tenho que questionar fortemente seus parâmetros de qualidade ou mesmo o quando do enredo e diálogos você foi capaz de entender. A estória de M:OM é ruim, e isto sequer é uma questão subjetiva, pois o enredo deste jogo não se sustenta frente a uma análise crítica.
Uma das falhas mais nítidas no enredo de M:OM é o excesso de exposição. Uma das regras principais da construção de uma estória, especialmente em uma mídia como filmes ou videogames é “MOSTRE, não conte”. Isto significa que um evento da trama tem um efeito muito mais forte quando é testemunhado pelo espectador do que simplesmente relatada para ele. Imagine que ao invés de presenciar a morte de Aeris em Final Fantasy VII, o jogador simplesmente fosse informado por um NPC que a garota foi morta? O evento perderia quase todo seu impacto, se não todo.
Mas em Other M, quase todos os pontos do enredo são descritos por algum personagem, normalmente Samus, em longas sessões de exposição frequentemente redundantes. Em certos pontos o jogo perde a possibilidade de demonstrar interação real entre os personagens, para deixar que Samus descreva o ocorrido, não deixando que o espectador faça sua leitura das figuras que compõem a cena. Não demora para que este tipo de narrativa comece a contradizer o que é visto no jogo, por exemplo: Samus descreve Adam durante todo o jogo como sendo uma figura paterna para ela, a pessoa que a compreendia melhor, mas em momento algum do jogo o expectador pode comprovar isto. Adam a trata com frieza durante todo o jogo, isto quando não a deixa sofrer punição física, como na sessão hoje conhecida como Hell Run.
Outro problema grave do enredo, e este tenho certeza que muitos de vocês notaram, é que a trama principal de M:OM é reciclada do enredo de Metroid Fusion. Por si só este fator já torna ambos supérfluos, uma vez que Other M deveria abrir caminho e explicar os eventos de Fusion, mas termina por entregar os principais eventos do jogo, incluindo a conspiração envolvendo o desenvolvimento de metroids, o que nos deixa com uma dúvida em mente: porque Samus ou a Federação aceitariam trabalhar juntas em Fusion, sabendo que meses antes a última havia cometido os mesmos erros, culminando com a destruição de bilhões em equipamento e pesquisa pelas mãos da caçadora? Porque Samus aceitaria trabalhar novamente com a Federação sabendo o quão corrupta esta é?
Por último, existe o problema das subtramas que ganham grande importância no enredo e são descartadas sem a devida conclusão, mas isto é algo do qual falarei na análise dos eventos de M:OM.
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Esta análise será relativa apenas à estória, portando não esperem opiniões sobre o gameplay de nenhum dos jogos mencionados. Inicialmente farei um resumo do enredo de cada jogo da série na ordem em que se situam na cronologia, com exceção de Metroid Prime: Hunters e Other M. Em seguida farei uma análise dos pontos do roteiro deste último que considero mais importantes, ressaltando quais os problemas presentes.
Significados:
Vermelho: informações importantes para a caracterização de Samus
Verde: momentos em que Other M contradiz outros Metroids
Azul: momentos em que Other M contradiz a si mesmo
Roxo: passagens em que estou sendo sarcástico, porque nós sabemos a facilidade com que a internet distorce o que dizemos.
Como vocês devem imaginar, TEM SPOILER PRA CARAMBA!!Sendo assim, vamos ao que importa.
Metroid (Zero Mission)
- Spoiler:
- Este jogo retrata a primeira missão de Samus contra os Space Pirates, retornando ao planeta Zebes,onde antes havia morado junto aos Chozo, criaturas antropomórficas similares a pássaros, que deram a Samus parte de seu DNA, permitindo assim que ela sobrevivesse ao ambiente hostil do planeta, e ainda lhe deram a Power Suit quando ela se tornou uma guerreira adulta.
Neste jogo, Samus enfrenta pela primeira vez o vilão Ridley, e o reduz a nada mais que cinzas. Após finalizar Mother Brain e a base dos Space Pirates antes que ela explodisse, Samus chega à sua nave e parte do planeta. Julgando-se segura, ela tira sua Power Suit. Ao ser atacada por uma esquadra de Space Pirates, Samus é forçada então a atravessar a base inimiga para chegar até Chozo Ruins, onde ela poderia obter sua armadura de volta. Ela estava armada apenas com uma pistola paralisante, protegida apenas pela Zero Suit e sozinha, tendo como opção apenas invadir a base lotada de inimigos que queriam sua cabeça, ou morrer lá mesmo. Samus invade a base, chega até Chozodia, recupera sua armadura, chuta a bunda de uma versão robótica de Ridley e escapa do planeta.
Metroid Prime.
- Spoiler:
- Após interceptar um sinal de socorro desconhecido, Samus aporta em uma estação espacial orbitando o Planeta Tallon 4. Logo ela descobre que se trata de uma estação dos Space Pirates, onde se realizavam experimentos com formas de vida do planeta, mas alguma coisa havia dado errado e a estação estava um caos. Lá, a caçadora enfrenta a Parasite Queen, um imenso insetóide, que ao ser derrotado dispara a sequência de autodestruição. Durante a fuga, Samus se depara novamente com Ridley, agora protegido por uma armadura de metal por todo o corpo. Ela não se desespera, nem demonstra o menor sinal de medo.
Depois de fugir da estação e perseguir Meta-Ridley, Samus pousa no planeta, onde começa a investigar o local. Lá ela descobre ruínas onde antes moravam os Chozo, e através dos relatos deixados por eles, ela descobre sobre um impacto de um meteoro ocorrido décadas antes, que espalhou pelo planeta algo conhecido como “O grande veneno” (Phazon), e uma criatura conhecida como “O verme” (Metroid Prime), que vivia dentro do meteoro se alimentado do grande veneno. Esta teria sido a causa da ruína e fuga dos Chozo. Antes de fugir, contudo, eles construíram um templo (The Cradle), responsável por impedir que o phazon se espalhasse mais ainda pelo planeta.
Depois de destruir os experimentos dos Space Pirates com phazon em Tallon 4, Samus se prepara para se infiltrar no Cradle e por fim ao Metroid Prime, mas não sem antes chutar mais uma vez a bunda de Ridley. Ela, então se infiltra na cratera do impacto e destrói Metroid Prime. Com a cratera entrando em colapso, Samus foge, chama por sua nave e a bordo dela observa pela última vez o tempo se destruindo. Ela então retira o capacete e observa, e nesse momento é possível ver em seu rosto a expressão de tristeza ao ver o local que antes os Chozo chamaram de lar ser deixado em ruínas.
Metroid Prime 2: Echoes
- Spoiler:
- Echoes começa 6 meses após os eventos de Prime 1. Samus recebe a missão de descobrir o paradeiro do Time Bravo, da Federação Galáctica, que desapareceu durante uma expedição ao planeta Aether. Chegando lá, sua nave é danificada por uma tempestade de raios e entrar na função de autorreparo assim que pousa. Explorando o ambiente, Samus chega ao local do pouso do time Bravo e encontra todos os soldados mortos. Examinando os arquivos ela descobre que eles foram atacados por estranhas criaturas. Então ela se abaixa sobre o corpo de um dos soldados e fecha seus olhos paralisados.
Examinando mais o planeta ela dá de encontro com uma criatura muito similar à sua própria aparência de armadura. É seu primeiro encontro com Dark Samus. Após adentrar uma estranha dimensão perseguindo DS, Samus é atacada pelas mesmas criaturas que mataram os soldados, e com dificuldade consegue fugir. Logo ela encontra com uma criatura chamada U-Mos, da raça dos Luminoth, habitantes originais do planeta, que pede sua ajuda e lhe explica que décadas antes um meteoro similar ao de Tallon 4 caiu em Aether, dividindo o planeta em duas dimensões, Os habitantes de Dark Aether, os Ing, atacaram os luminoth sem piedade, e a guerra se iniciou.
Vale mencionar o seguinte: uma vez descoberto o paradeiro do Time Bravo, Samus havia cumprido sua missão. Ela poderia voltar para sua nave, esperar que esta se consertasse e então deixar o planeta para reportar à federação. Ela não tinha a menor obrigação ou necessidade de ajudar os luminoth. Mas ela fica, os ajuda e vence uma guerra por eles, salvando esta raça da aniquilação completa e ainda tem tempo para derrotar Dark Samus 3 vezes. Não sei quando a vocês, mas pra mim este é um indicativo de solidariedade e autossacrifício.
- Spoiler:
- 6 meses após os eventos de Echoes, Samus é chamada pela Federação para se apresentar na nave G.F.S. Olympus. Lá ela se reúne com o almirante Castor Dane e mais três caçadores de recompensa, Rundas (que possui a habilidade de criar e manipular gelo), Ghor (ciborg veterano, capaz de se fundir a outras estruturas robóticas) e Gandrayda (que pode assumir a forma de outras criaturas, e é especializada em missões de espionagem e, aparentemente , velha conhecida de Samus).
Lá eles recebem a informação de que as Aurora Units, supercomputadores orgânicos essenciais para a GF, foram vítimas de um ataque viral efetuado pelos Space Pirates e que a missão deles é levar uma vacina contra o vírus a cada uma das unidades infectadas. Assim que os SP iniciam um ataque à Olympus, Samus recebe a ordem de ir até o planeta Norion para reativar os escudos de defesa planetária. Lá chegando, Ela religa os reatores do escudo e se prepara para ir até a sala de comando reativar o sistema, mas não sem antes participar de mais uma luta contra Meta-Ridley. Em uma queda livre de 10000 pés, alias. Após humilhar Ridley novamente, Samus é salva da queda por Rundas. Na sala de comando, os quatro caçadores são atacados por Dark Samus, que os derrubar com uma rajada de phazon, deixando o local logo em seguida, enquanto Samus religa os escudos de defesa, pouco antes de perder a consciência.
Bem, só pelo que descrevi até agora vocês devem ter percebido que MP3 é mais carregado no enredo do que o padrão da série, certo? Tentarei não me prolongar além do necessário.
Ao acordar um mês depois, Samus é informada que, graças ao ataque de DS, ela e os outros caçadores adquiriram a capacidade de produzir phazon em seus corpos e, com o auxílio do PED (Phazon Enhacement Device), utiliza-lo para entrar em hypermode, um modo onde suas habilidades seriam exponencialmente aumentadas. Não demora muito para que ela descubra, contudo, que se abusasse deste poder poderia sucumbir à corrupção por phazon e ficar completamente sob o controle de DS.
Informada de que outros planetas haviam sido atingidos por meteoros deste elemento, Samus se dirige ao planeta Bryyo, onde deveria procurar por Rundas. Ao encontra-lo, descobre que ele havia sido tomado pela corrupção e se vê obrigada a enfrentá-lo. Ao derrotá-lo, Rundas parece ficar confuso por um momento, e estacas de gelo se formam atravessando-o. Uma coisa que gostaria de mencionar é que existem teorias de que o próprio Rundas, num momento de lucidez, teria se matado para evitar ser controlado novamente pela corrupção. Samus então vê a figura de Dark Samus aparecer e absorver o corpo de seu colega.
Para sua tristeza, estes eventos viriam a se repetir. Ao aportar em Elysia, outro planeta onde os Chozo residiram séculos antes, a caçadora é obrigada a enfrentar Ghor. Ao ver novamente o vulto de DS, Samus tentar atirar contra ela, sem efeito. Impotente por não poder impedir a morte de outro colega, Samus fecha seu punho com força, numa expressão de revolta. Após libertar Elysia da contaminação, ela recebe a ordem de se dirigir ao planeta natal dos Space Pirates, onde havia mais um meteoro, e onde ela deveria encontrar Gandrayda. Lembrando: Samus recebe a ordem de se infiltrar num planeta onde praticamente todos os habitantes querem sua cabeça num prato, e aceita. Por que ela faria algo tão arriscado? Porque ela pode, ela tem confiança suficiente na própria competência para encarar uma tarefa desse nível. Lá ela encontra Gandrayda, disfarçada como um GF Trooper. Isto era parte de um plano para emboscar Samus, já que a outra se encontrava tomada pela corrupção. Ao escapar da armadilha e derrotar Gandrayda, Samus vê a amiga caída e então vira o rosto para não vê-la morrer.
Livrados os três mundos da contaminação por phazon (e Ridley reduzido a cinzas pela segunda vez no mesmo jogo!), uma das Aurora Units avisa Samus que a federação encontrou a origem dos meteoros, um distante planeta chamado Phaaze. Tomando controle de um dos dispositivos dos SP, usado para controlar a habilidade de criar Wormholes dos meteoros de phazon (o nome é leviatan, não mencionei antes, mas eles são criaturas vivas também) , ela e uma frota da GF seguem em direção ao planeta para um ataque massiço. Enquanto a Federação e os piratas lutam na órbita, Samus desce até Phaaze, e lá tem seu último confronto com Dark Samus. Ao destruí-la, o planeta entra em colapso, explodindo por completo enquanto Samus e a federação batem em retirada.
Com Phaaze destruído, Samus e o resto do universo livres da corrupção, ela tem tempo para relaxar e em fim refletir sobre os últimos eventos e, principalmente, os colegas que perdeu.
NOTA; É importante mencionar o seguinte: embora não tenha atuado diretamente no desenvolvimento da trilogia Prime, Yoshio Sakamoto atuou como consultor para a equipe responsável. Retro Studios enviava á ele cópias do enredo de todos os games para que Sakamoto conferisse se todos os detalhes do enredo estavam de acordo com os eventos da cronologia e de outros jogos da série.
Metroid II: Return of Samus
- Spoiler:
- A Federação decidiu que os metroids são um grande risco à galáxia, portanto é melhor que eles sejam exterminados. E quem melhor para o serviço que Samus Aran?
Pousando no planeta SR388, Samus empreende sua missão de exterminar a espécie por completo, para evitar que os Space Pirates tentassem usá-los novamente. Tendo sucesso em sua missão, culminando com a destruição da rainha Metroid, ela se prepara para fugir do planeta, quando se depara com um ovo. Dele eclode uma larva de metroid. Samus poderia ter destruído a larva naquele mesmo momento, mas decide poupá-la. Por que? Não se sabe. Ela então leva o Metroid consigo em sua nave.
Super Metroid
- Spoiler:
- Super Metroid começa com um breve monólogo de Samus relatando os eventos dos 2 primeiros jogos lançados. Ao citar sua missão de erradicar os metroids ela afirma “Eu erradiquei a todos, exceto por uma larva, que ao nascer me seguiu como uma criança confusa. Eu pessoalmente entreguei-a para a Estação de Pesquisas em Ceres, para que os cientistas pudessem estudar suas capacidades de produção de energia.”. Contudo, antes que pudesse descansar e finalmente assistir Cidadão Kane, Samus recebe um sinal de alerta: a estação estava sob ataque!
Ao chegar lá, a caçadora dá de encontro com Ridley (é, de novo!), que após uma batalha escapa com o filhote de metroid em mãos. Ela então os persegue até Zebes, onde os Piratas haviam reconstruído sua base.
Agora uma pausa para que se perguntem comigo: quais as razões para Samus ter poupado a vida do filhote de Metroid? Teria ela tido naquele momento um breve momento de compaixão, após ter exterminado por completo a espécie? Teria ela simplesmente pensado “Sabe, isto pode ser útil para a Federação”? Esta é a incógnita principal de Metroid II e SM. Não sabemos os motivos da guerreira, cabe a nós presumir suas razões.
Após devastar a base e ganhar acesso a Tourian, o último nível, Samus tem um breve encontro com o bebê metroid, agora em versão Michael Clarke Duncan, que a ataca, mas logo a reconhece. Chegando finalmente até Mother Brain, Samus enfrenta uma dura batalha, mas quando a criatura se prepara para matá-la, o pequeno metroid interfere e a salva, estonteando Mother Brain e recuperando a energia da caçadora, mas morrendo em seguida por conta dos ataques sofridos ao protegê-la, resultando num dos momentos mais marcantes dos games. Munida agora com a Hyperbeam, Samus oblitera o monstro e foge da base, enquanto esta se destrói, levando consigo o planeta Zebes.
Metroid Fusion
- Spoiler:
- Anos após o incidente em Zebes, Samus recebe a missão de escoltar um grupo de cientistas ao planeta SR388. Durante a missão ela é atacada por uma estranha criatura. Tudo procede normalmente, até que, durante o retorno a base, Samus perde a consciência e quase morre. Resgatada pelos médicos da Federação, lá se descobre que a criatura que a atacou (Parasita X) está integrado a seu sistema nervoso, pondo em risco sua vida. Contudo, é descoberta uma cura, baseada nas células do infante metroid (uma vez que os metroids eram o predador natural do parasita X), e que é injetada imediatamente na caçadora, exterminando o parasita. Atenção agora para as frases em que Samus menciona o metroid:
“Ao que parece a Federação conseguiu preservar uma amostra das células do infente metroid de SR388”
“Ponderando sobre o fato, percebi que devia minha vida duas vezes à larva de metroid” (Em inglês ela diz “hatchling” que não tem uma tradução precisa, mas significa basicamente o que acaba de eclodir, nascer de um ovo.)
Após se recuperar, e munida agora da Fusion Suit, Samus é mandada para investigar um acidente na estação espacial B.S.L., atuando sob as ordens de um computador de bordo. Ela menciona que, apesar de não gostar de receber ordens, é a segunda vez que se vê nesta condição (não é mencionado se é a segunda vez como caçadora de recompensas ou a segunda vez em toda a sua vida).
Chegando lá, eles descobrem a causa do acidente: o parasita X tomou conta da estação e está afetando seu funcionamento. Samus comenta que receber ordens do computador a fez relembrar de seu CO dos tempos da Federação, Adam Malkovitch, que costumava tratá-la por “Lady” (senhorita), de um modo que soava respeitoso. Adam terminava suas ordens perguntando “Any objections, Lady?”, não para questionar se Samus discordava, mas apenas para enfatizar a confiança presente entre ambos. Não por respeito e com certa ironia, ela apelida o computador de “Adam”. Conforme progride na estação, Samus descobre que X é capaz de absorver e replicar não só o corpo de suas vítimas, mas também memórias e conhecimento e havia inclusive replicado as funções de sua armadura, através das peças que foram removidas e mandadas para a estação, dando origem a uma criatura que caçaria Samus por todo o jogo, o SA-X.
Após derrotar um dos chefes do jogo e recuperar a wave beam, Samus adentra um setor da estação e faz uma descoberta que não deveria: a Federação utilizava a estação para reproduzir metroids. SA-X aparece e tenta destruir os metroids, levando aquele setor da estação a ser desprendido do resto e destruído. Ao se encontrar com “Adam”, este lhe explica que aquele era um projeto secreto da Federação e presume que Samus já suspeitasse disto, após ver que um dos setores da nave era uma recriação perfeita do ecossistema de SR388.
Este é um ponto muito importante. Neste diálogo, Metroid Fusion estabelece que, para que se obtenha um ciclo de crescimento de metroid que resulte numa versão Omega, ou mesmo numa rainha, é preciso utilizar o ecossistema encontrado apenas em SR388, ou reproduzi-lo artificialmente. Esta informação será importante mais tarde.
Algum tempo depois, o computador dá a Samus a ordem de se retirar da estação, pois a Federação cuidaria do resto, inclusive de capturar o X e SA-X, que julgar ter um grande potencial. Samus atenta para o perigo da situação, pois o X estaria apenas esperando a chegada dos pesquisadores da GF, para absorver seus conhecimentos e consequentemente partir para dominar toda a população da galáxia. Ela afirma que precisa usar o sistema de autodestruição da estação, mesmo que isto implicasse em sua própria morte. Ao chamar o computador de “Adam”, este começa a interrogar sobre o verdadeiro Adam, e menciona-se que Adam teria feito um sacrifício pela vida de Samus. Então o computador dá a ela a missão de redirecionar o curso da estação para rota de colisão com SR388, afirmando que assim seria possível aniquilar completamente o parasita X, e termina a ordem dizendo: “Any objections, Lady?”.
Samus então ruma para a sala de operações, onde poderia mudar o curso da estação. Antes de chegar lá, contudo, é interceptada por um SA-X, a quem derrota, mas não consegue destruir. Após executar a ordem, ela se dirige para sua nave, quando é atacada por um Omega Metroid. Pressentindo o predador, o SA-X ataca, mas é rapidamente eliminado. Samus absorve o núcleo do SA-X e recupera sua Power Suit, conseguindo assim derrotar o metroid e fugir, enquanto a estação colide com o planeta, eliminando para sempre a ameaça do parasita X.
Qual o sentido disto tudo?
Agora creio que alguns se perguntem “Qual o sentido de fazer um resumo destes jogos?”. Bem, muitas pessoas acreditam que a escassez de informações sobre o passado de Samus, assim como de diálogos por parte da personagem, é um indicativo de que ela não teria uma personalidade, uma caracterização distinguível que denotasse traços de uma figura mais humana.
Mas não é algo tão simples, certo? Lembro-me que certa vez alguém questionou o seguinte: só porque uma pessoa é muda e não sabe se comunicar por sinais, você diria que ela é desprovida de emoções ou de personalidade? Outras pessoas, como eu, acreditam que as ações também definem um personagem, e Samus sempre se saiu muito bem neste sentido. Não só suas ações, mas também sua expressão corporal exibida em vários jogos ajudam a criar uma imagem maior que a de uma simples Bad-ass sem personalidade ou emoções, mas a de um ser humano.
Ao longo do tempo admitimos Samus como sendo uma mulher independente, forte e corajosa (aposto que ela come acarajé!), mas podemos ainda discenir outras características: afeição e gratidão por aqueles que a criaram depois da morte de seus pais, respeito por aqueles que dão a vida pelo dever, solidariedade em assumir responsabilidades que sequer dizem respeito a ela, revolta por perder pessoas que ela admira ou valoriza, ou mesmo partilha amizade, compaixão, mesmo que em raras ocasiões e , uma de suas qualidade mais admiráveis, a noção de que é preciso fazer sacrifícios para se preservar um bem maior.
Agora me digam: é possível afirmar que uma pessoa assim seria uma guerreira robótica sem emoções?
Metroid: Other M
1- Problemas gerais
Gostaria antes de discutir os problemas gerais da narrativa de Other M, aqueles que se referem à estrutura da estória e a roteirizarão.
Desde já, quero deixar claro uma coisa: qualidade de gameplay é algo bastante subjetivo, que varia de pessoa para pessoa, portanto se você gosta do gameplay de Other M, tudo bem, você é livre para apreciá-lo, mas se você gosta da estória de Other M, então eu tenho que questionar fortemente seus parâmetros de qualidade ou mesmo o quando do enredo e diálogos você foi capaz de entender. A estória de M:OM é ruim, e isto sequer é uma questão subjetiva, pois o enredo deste jogo não se sustenta frente a uma análise crítica.
Uma das falhas mais nítidas no enredo de M:OM é o excesso de exposição. Uma das regras principais da construção de uma estória, especialmente em uma mídia como filmes ou videogames é “MOSTRE, não conte”. Isto significa que um evento da trama tem um efeito muito mais forte quando é testemunhado pelo espectador do que simplesmente relatada para ele. Imagine que ao invés de presenciar a morte de Aeris em Final Fantasy VII, o jogador simplesmente fosse informado por um NPC que a garota foi morta? O evento perderia quase todo seu impacto, se não todo.
Mas em Other M, quase todos os pontos do enredo são descritos por algum personagem, normalmente Samus, em longas sessões de exposição frequentemente redundantes. Em certos pontos o jogo perde a possibilidade de demonstrar interação real entre os personagens, para deixar que Samus descreva o ocorrido, não deixando que o espectador faça sua leitura das figuras que compõem a cena. Não demora para que este tipo de narrativa comece a contradizer o que é visto no jogo, por exemplo: Samus descreve Adam durante todo o jogo como sendo uma figura paterna para ela, a pessoa que a compreendia melhor, mas em momento algum do jogo o expectador pode comprovar isto. Adam a trata com frieza durante todo o jogo, isto quando não a deixa sofrer punição física, como na sessão hoje conhecida como Hell Run.
Outro problema grave do enredo, e este tenho certeza que muitos de vocês notaram, é que a trama principal de M:OM é reciclada do enredo de Metroid Fusion. Por si só este fator já torna ambos supérfluos, uma vez que Other M deveria abrir caminho e explicar os eventos de Fusion, mas termina por entregar os principais eventos do jogo, incluindo a conspiração envolvendo o desenvolvimento de metroids, o que nos deixa com uma dúvida em mente: porque Samus ou a Federação aceitariam trabalhar juntas em Fusion, sabendo que meses antes a última havia cometido os mesmos erros, culminando com a destruição de bilhões em equipamento e pesquisa pelas mãos da caçadora? Porque Samus aceitaria trabalhar novamente com a Federação sabendo o quão corrupta esta é?
Por último, existe o problema das subtramas que ganham grande importância no enredo e são descartadas sem a devida conclusão, mas isto é algo do qual falarei na análise dos eventos de M:OM.
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Última edição por Goukeban em Seg 17 Fev 2014, 22:44, editado 13 vez(es)
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