[Gincana] Tribunal Pokémon (Encerrado)

Várias franquias de vídeo-games possuem temas e assuntos relativamente polêmicos, desde jogos que agradam a uns e outros não, até mecânicas introduzidas e/ou retiradas em jogos mais recentes, e isto não é diferente com a franquia Pokémon.

Sendo assim, neste tópico faremos um tribunal para decidirmos, dentre as pautas e assuntos polêmicos levantados, o que pode e o que não pode ser considerado justificável.

Irá ser pautado um assunto polêmico relacionado com a franquia Pokémon. Após isso, todos os usuários do fórum terão três dias para, de forma livre independente de facção, defender ou retaliar o assunto pautado.

Os usuários também estarão livres para fazerem réplicas contra os argumentos feitos por outros participantes.

No dia após a argumentação ter sido encerrada (ou seja, no quarto dia após a pauta ter sido anunciada), os três juízes escolhidos (@MikaelJMuller do Team Red, @Felipe_Vieir4 do Team Blue e @Brake do Team Green) irão então dar os resultados finais do tribunal, dando o veredito sobre o assunto pautado ser aceitável ou não.

Acredito que antes de analisarmos se a SMOGON é boa ou ruim, temos que entender o porque da mesma existir e o motivo que levam as pessoas a utiliza-la não apenas como referência, mas também como conjunto "oficial" de regras. O que acontece com a franquia Pokemon é que temos um jogo absurdamente variado em suas criaturas, que por natureza acaba sendo difícil, se não impossível de balancear com enfoque no competitivo.

Algo que é agravado a cada novo lançamento, onde diversas criaturas e habilidades são inseridas, mas pouco é feito para adapta-las as estratégias de counter player previamente estabelecidas, criando uma situação onde um determinado número de criaturas é usado até a exaustão, sendo apenas substituídas quando uma nova estratégia popular de counter surge, algo que pode levar gerações para acontecer. É ai que entra o pessoal da SMOGON, por meio do metagame "oficial", eles dividem os Pokemons em diferentes categorias e oferecem ao jogadores um conjunto de regras, que quando seguido, permite uma maior variedade de estratégias, evitando que a cena competitiva se torne estática.

O lado negativo da história é que muitos jogadores se setem frustrados ao serem impedidos de usar determinadas criaturas em torneios que seguem o dito metagame, mas este é um preço baixo a ser pago pela manutenção de uma cena competitiva em plena transformação, que torna Pokemon uma franquia de calibre amada por muitos jogadores. Assim, apesar de algumas decisões serem polêmicas, o trabalho da SMOGON traz vantagens interessantes e portanto, acaba sendo necessário.

Pokemon nunca foi uma franquia conhecida por seus enredos memoráveis, em suma, suas histórias se resumem a impedir uma determinada maquinação, parar um Pokemon lendário e salvar o mundo. Nos jogos mais recentes o que nós tivemos foi um aprofundamento dessa linha narrativa, oferecendo explicações para as ações de determinados personagens e de certa forma, oferecendo justificativas um pouco menos artificiais para o jogador estar inserido nesses conflitos.

E isso foi feito da forma mais preguiçosa possível, oferecendo cenas de corte animadas e limitando as opções do jogador durante a campanha principal, obrigando-o a experimentar não apenas a história de uma forma completamente estática, como também explorar os vastos mundos da franquia como se fossem corredores. O que não seria um problema tão grande, se os enredos fossem realmente bons e o mundo do jogo tivesse sido criado para acomodar essas histórias.

Ao sacrificar a liberdade do jogador em prol de uma narrativa mais profunda, o que realmente foi feito foi drenar a franquia de sua maior virtude, a capacidade de encantar por meio da exploração tanto do próprio mundo, quanto de seus sistemas. Isso é especialmente irresponsável, quando falamos de uma franquia como Pokemon, que já possui em sua estrutura sistemas que tentam limitar o avanço do jogador, muitas vezes causando frustração ao mesmo.

Assim, a linearidade dos jogos acaba sendo uma ferramenta preguiçosa, que sacrifica o pouco que resta da liberdade de exploração, em prol de histórias que apesar de melhores, estão longe de serem memoráveis. A linearidade ajuda na imersão do jogador com a história, mas prejudica a imersão do jogador com o jogo como um todo, sendo assim, um aspecto negativo dos jogos mais modernos da franquia.

A linearidade pouco me incomoda durante as jogatinas de Pokémon. Os jogos da franquia, em geral, dificilmente fogem da linearidade. Os que mais devem fugir deste quesito são os jogos de Hoenn por causa da região que permite uma exploração mais livre.

Sinto que a questão da linearidade pouco incomoda pois caso o jogo detenha de um bom conteúdo, o jogador ainda se sentirá satisfeito. Isso é bem visível nos jogos da Geração 5. Unova é uma região toda linear, é quase impossível de se perder nela. Os caminhos a se seguir são bem óbvios e partes da região inclusive são em linha reta.

Porém, a imersão que ocorre na região é de uma demasia grande que você se sente parte daquele local. Além de que, cada canto também é memorável, cada cidade, cada rota, cada música. São jogos lineares, mas que recheiam os jogadores de conteúdo e de uma história que por mais não seja digna de oscar, ainda assim se mostra muito bem desenvolvida (para os padrões de Pokémon) e condizente com o ambiente em específico.

Em Sun/Moon eu senti a mesma coisa. Jogos extremamente lineares, mas que oferecem ambientes e um conteúdo muito atrativo, fazendo com que a linearidade se torne um aspecto negativo passável de percepção. Por isso, creio que a linearidade não é algo que deva ser levado muito em conta no momento que percebemos que o jogo tem conteúdo, locais envolventes e uma história que condiz com estes aspectos.

Pokemon passou muitos tentando aperfeiçoar a mesma formula, mudanças eram feitas, novos tipos eram introduzidos, mas nada realmente drástico era adicionado a franquia e assim, a campanha principal e até mesmo competitivo eram relativamente estagnados. Isso mudou com a introdução das Mega Evoluções, que permitiram um novo leque de possibilidades a diversos Pokemons esquecidos ao mesmo tempo que apimentou a jogatina singleplayer ao incentivar o jogador a testar as criaturas que possuíam esse tipo de evolução.

Porém, no último jogo da franquia, essa nova forma de evolução foi deixada de lado em prol de uma nova mecânica, os chamados Z-Moves, que também possuem a intenção de apimentar a jogatina, seja ela singleplayer ou multiplayer. Muitos viram isso como um movimento precipitado, já que a mecânica anterior ainda possuía muito espaço para se desenvolver, mas na realidade é uma adição muito bem vinda, já que quando somada as Mega Evoluções, tornam a cena atual do jogo, uma das mais variadas e complexas dentro dos RPGs.

Além disso, ao testar uma nova mecânica, a desenvolvedora deixa claro que está procurando novos métodos para aprimorar a série e que no futuro, poderemos ver novas mecânicas totalmente únicas sendo introduzidas e compartilhando espaço com as as mecânicas atuais. Assim, essa mudança de foco acaba sendo positiva, pois no final, o jogador é aquele que se beneficia com isso, já que a franquia se molda ao ponto de oferecer algo diferente e único a cada interação, agradando uma demografia mais ampla e trazendo mudanças a cena Pokemon, impedindo que a franquia se torne estagnada.