Arquivo do Fórum Nintendo Blast

Olá visitante/usuário! Nós estamos em processo de migração e deixaremos este Fórum em breve.

A migração é para termos mais liberdade e para podermos ter um Fórum melhor! Se você ainda não é cadastrado neste Fórum e nem no novo, clique aqui e cadastre-se já no Novo Fórum!

Se você já possui uma conta aqui, clique aqui e saiba como migrar para o Novo Fórum Nintendo Blast!


Participe do fórum, é rápido e fácil

Arquivo do Fórum Nintendo Blast

Olá visitante/usuário! Nós estamos em processo de migração e deixaremos este Fórum em breve.

A migração é para termos mais liberdade e para podermos ter um Fórum melhor! Se você ainda não é cadastrado neste Fórum e nem no novo, clique aqui e cadastre-se já no Novo Fórum!

Se você já possui uma conta aqui, clique aqui e saiba como migrar para o Novo Fórum Nintendo Blast!

Arquivo do Fórum Nintendo Blast

Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.
Arquivo do Fórum Nintendo Blast

5 participantes

    [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels.

    vits
    vits
    Veterano Nv.MÁX
    Veterano Nv.MÁX


    Karma Karma : 2542
    Posts Posts : 4922

    [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels. Empty [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels.

    Mensagem por vits Seg 25 Jan 2016, 10:19

    [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels. J7qKwaP

    O Vectrex é um console curioso, com formato pouco usual e que apesar de não ter conseguido sobreviver no mercado durante muito tempo, acabou adquirindo o estado de “cult”, conquistando uma pequena legião de fãs, que não apenas mantém viva sua história, como também produzem e distribuem jogos novos, até os dias de hoje. No texto que se segue, vou explorar um pouco desse aparelho, suas vitórias e derrotas, a fim de tentar ajudar a compreender, o que tornou uma máquina tão esquisita, em um console tão memorável.

     História

    A história do Vectrex começa em 1981, quando dois engenheiros da Smith Engineering, Mike Purvis e John Ross, estavam estudando usos para uma série de tubos de raios catódicos (CRT), que haviam adquiridos em uma liquidação. Fortemente inspirados pelo arcade Asteroids, eles começaram a brincar com a exibição de vetores em uma pequena tela de cinco polegadas. Ao ficar sabendo do pequeno projeto, Jay Smith, na época o presidente da companhia, viu potencial para transforma-lo em um produto de sucesso.

    [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels. Vectrex-GCE-MB-Prototype-pict1
    (Primeiro Protótipo)

    A busca por parcerias acabou os levando diretamente a General Consumer Electronics (GCE), uma distribuidora de aparelhos eletrônicos e computadores, que ao ver o protótipo do console, prontamente assinou um contrato de distribuição e produção. Algumas cláusulas do contrato viriam a impor certos obstáculos em seu desenvolvimento, uma delas colocava o lançamento do console para julho de 1982, o que dava a pequena equipe de 7 indivíduos da Smith Engineering, pouco mais de um ano para desenvolver não apenas o console, como seus jogos.

    Divididos em três equipes ainda menores, os sete passaram a desenvolver a carcaça e joystick, o sistema operacional e os softwares que seriam usados nele. Foi uma época de trabalho árduo, para todos eles e alguns acabaram passando noites na instalação industrial, mas todo esse trabalho começou a valer a pena quando a primeira versão do console foi apresentada, ele tinha um corpo em madeira, que alojava uma tela de 9 polegadas e seus controles eram como versões reduzidas dos utilizados em máquinas maiores, levando o conforto dos jogadores em consideração pela primeira vez na história.

    O sistema operacional e o primeiro jogo (Mine Storm) também já estavam quase completos, o que motivou a equipe a continuar o desenvolvimento a ritmo acelerado, mesmo que certas descobertas tivessem afetado negativamente a produção. Por conta da natureza dos vetores, os jogos só podiam exibir contornos e o alto custo das peças, fez com que a tela fosse substituída por um modelo monocromático, limitando a paleta de cores do console para apenas preto e branco.

    [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels. 610455986
    (Imagem do jogo Spike)

    Com a data de lançamento se aproximando, certas alterações tiveram que serem feitas a fim de tornar o console melhor comerciável, começando pelo controle, que passou a ter um formato mais próximo do utilizado em máquinas arcade, ainda mantendo o padrão de quatro botões frontais e um analógico digital (precursor do analógico moderno). A ausência das cores, foi parcialmente remediada com a utilização de templates, pedaços de plástico que eram colocados sobre a tela, simulando a presença de cor, um chip de memória também foi colocado em seu interior, nele estava contido o primeiro jogo do aparelho, Mine Storm, como uma espécie de brinde aos compradores.

    E em julho de 1982, o console chega às lojas custando U$199 e atraindo a curiosidade de diversos jogadores. O alto preço do aparelho (quase o dobro da concorrência) podia ser proibitivo, mas a presença de uma tela acoplada fez dele um sucesso de vendas durante as festas de final de ano, já que permitia as crianças usarem seu vídeo game, sem inutilizar a televisão das residências.

    [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels. 800px-Vectrex_machines
    (foto do lançamento)

    Ao longo dos próximos meses o console conquistaria cada vez mais espaço dentro do mercado, recebendo mais jogos, com destaque para Star Trek, um dos primeiros shooters on rail espaciais e Blitz, primeiro jogo de futebol americano a conseguir uma larga base de fãs. Em um curto espaço de tempo quase 20 jogos haviam entrado na biblioteca do aparelho, o que chamou a atenção da Milton Bradley Company, uma gigante da indústria de brinquedos que a anos estava querendo ingressar no mercado de jogos caseiros.

    [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels. Milton-Bradley-All-in-the-Game-book-by-J.-Shea-1960
    (Fundador da Milton Bradley Company)

    Oito meses após o lançamento do console, a gigante do mundo dos brinquedos, compra a GCE e com ela os direitos de produção e distribuição de seus produtos. Os planos da Milton Bradley eram ambiciosos, expandir para a Ásia e Europa, vendendo 2 milhões de unidades até o final do período fiscal. Infelizmente o mercado tinha outros planos e em meados de 1983, ocorre o famoso “Crash dos Videogames”, que debilitou o mercado e causou uma série de falências.

    Logo o plano de expansão se tornou um plano de contenção, a empresa tinha poucos meses para retomar o crescimento, ou estaria acabada, assim dois cortes de preço foram realizados, deixando o valor base em apenas U$100. Novos periféricos foram criados, com o intuito de reacender o interesse dos consumidores, como a Light Pen, uma caneta que transformava a tela do console em uma prancheta de desenhos e o 3D Imager, um par de óculos com um disco giratório, que permitia a exibição de gráficos tridimensionais.

    [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels. Image029
    (3D Imager)

    Todas essas novidades acabaram se mostrando em vão e em dezembro do mesmo ano, a Milton Bradley declara falência, sendo absorvida pela Hasbro. A nova empresa possuía grandes planos para o console, mas a situação do mercado ocidental ainda estava complicada e temendo sofrer perdas financeiras, no começo de 1984 as operações na Ásia e Europa foram encerradas e sua distribuição paralisada na América do Norte.  

    O console terminou como uma sombra de seu potencial, com apenas 28 jogos lançados ao longo de seus quase dois anos de mercado e um histórico de crianças com problemas de visão. Mesmo assim, seus gráficos futuristas, boa qualidade de software, "excelente" controle e demais inovações, permitiram que o aparelho continuasse vivendo na memória dos jogadores, com mais de 100 jogos lançados post mortem (muitos em mídia física) e acessórios que permitiram sua conservação ao longo desses 32 anos.

    [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels. SUNDANCE-DARK-OF-THE-SUN-Vectrex-2
    (Sundance, jogo lançado em 2011)

    Esse é o Vectrex, um console completamente singular dentro da história dos vídeo games e um dos poucos que tentou inovar, em um mercado saturado com computadores em pele de console.


    Última edição por vits em Seg 25 Jan 2016, 17:15, editado 1 vez(es)
    vits
    vits
    Veterano Nv.MÁX
    Veterano Nv.MÁX


    Karma Karma : 2542
    Posts Posts : 4922

    [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels. Empty Re: [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels.

    Mensagem por vits Seg 25 Jan 2016, 10:20


    Round Bônus



    -> Hardware: Em termos de componentes, o console é surpreendentemente modesto, equipado com um processador  Motorola 68A09 @ 1.5 MHz, tela de 9" (330 × 410) e modestos 1Kb de memória RAM e 8kb de memória ROM.

    [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels. Vectrex-board-prev

    Isso é algo bastante surpreendente, já que em termos de qualidade visual, o Vectrex é muito mais impressionante que seus companheiros de época, o Atari 2600 e Coleco Vision, mesmo que os três consoles tenham especificações próximas.  



    -> Definição de Vetor: É uma imagem de computador, gerada a partir de formas geométricas, que se diferencial das imagens em pixel, por serem identificadas por meio de suas coordenadas e formas, ao invés de por pontos em um determinado espaço. Essa técnica, garante uma maior fidelidade visual em relação ao pixel (raster).

    [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels. 2000px-Bitmap_VS_SVG.svg

    O Vectrex conseguia gerar gráficos vetoriais usando uma técnica bastante simples, o tubo de raios catódicos bombardeava regiões especificas da tela, gerando imagens contínuas, ao invés de varrer a tela gerando pontos, como os demais consoles fazem.



    -> Jogos: No total, apenas 28 títulos foram licenciados para ele, entre eles jogos originais e ports de outras plataformas, a lista completa você pode ver nesse link. O vídeo abaixo, também contém alguns jogos lançados para o aparelho.




    -> Curiosidades:

    + Ninguém sabe ao certo quantos consoles foram vendidos, estimativas vão de 250 mil até 3 milhões.

    + Uma versão portátil estava sendo planejada, mas o crash de 83 engavetou o projeto.

    + Mas uma versão "bar top" (em referência a "table top"), foi lançada para bares e outros comércios.

    + A emulação desse consoles é totalmente legal, uma vez que seus jogos, sistemas e marcas são de domínio publico.

    + Anos após a descontinuação do console, cartuchos multijogos foram criados para ele.

    + Minestorm é muitas vezes considerado o melhor jogo do aparelho, o que é estranho, já que se tratava de uma cópia de Asteroids que vinha de brinde na memória interna do console.

    + O console pode causar danos leves e moderados as córneas dos jogadores, essa informação chegou tardia para a maior parte dos proprietários e não deve ter impactado as vendas do mesmo.
    Chazzy
    Chazzy
    Veterano Nv.MÁX
    Veterano Nv.MÁX


    Karma Karma : 1787
    Posts Posts : 7415

    [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels. Empty Re: [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels.

    Mensagem por Chazzy Seg 25 Jan 2016, 16:42

    Interessante, eu não conhecia esse console.

    O jogo de pinball parece interessante e bem impressionante pra época, o Spike também parece ser legal.

    Só não entendi o motivo do console prejudicar as córneas, que furada isso hein... os entusiastas desse console hoje em dia acharam um jeito de evitar isso?
    Sheik
    Sheik
    Toilette Princess
    Toilette Princess


    Karma Karma : 524
    Posts Posts : 4340

    [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels. Empty Re: [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels.

    Mensagem por Sheik Seg 25 Jan 2016, 17:01

    vits
    vits
    Veterano Nv.MÁX
    Veterano Nv.MÁX


    Karma Karma : 2542
    Posts Posts : 4922

    [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels. Empty Re: [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels.

    Mensagem por vits Seg 25 Jan 2016, 17:09

    Chazzy escreveu:Interessante, eu não conhecia esse console.

    O jogo de pinball parece interessante e bem impressionante pra época, o Spike também parece ser legal.

    Só não entendi o motivo do console prejudicar as córneas, que furada isso hein... os entusiastas desse console hoje em dia acharam um jeito de evitar isso?

    Como o Vectrex varria a tela e apenas exibia gráficos em alguns pontos, isso criava uma série de flash de luz, que mais tarde foram ligados a danos as córneas dos indivíduos, não existe uma forma de evitar que isso aconteça, mas é algo relativo a própria máquina, então emuladores, felizmente não causam esse tipo de estrago.

    O vídeo que o @Sheik postou mostra bem esses "flashs".  
    Dv_At
    Dv_At
    Membro Nv.5
    Membro Nv.5


    Karma Karma : 21
    Posts Posts : 78

    [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels. Empty Re: [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels.

    Mensagem por Dv_At Ter 23 Fev 2016, 15:16

    O Vectrex não é tão exótico, há vários fliperamas (arcades) do mesmo tempo que usavam gráficos vetoriais, mas em relação aos consoles de mesa, acho que é único.
    Shiny
    Shiny
    Veterano Nv.MÁX
    Veterano Nv.MÁX


    Karma Karma : 1270
    Posts Posts : 2269

    [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels. Empty Re: [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels.

    Mensagem por Shiny Ter 23 Fev 2016, 15:19

    Eu conhecia pelo vídeo do AVGN, mas bom tópico, n sabia da história

    Conteúdo patrocinado


    [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels. Empty Re: [Artigo] - Vectex, o console que abandonou os pixels.

    Mensagem por Conteúdo patrocinado


      Data/hora atual: Dom 24 Nov 2024, 11:42