O Vectrex é um console curioso, com formato pouco usual e que apesar de não ter conseguido sobreviver no mercado durante muito tempo, acabou adquirindo o estado de “cult”, conquistando uma pequena legião de fãs, que não apenas mantém viva sua história, como também produzem e distribuem jogos novos, até os dias de hoje. No texto que se segue, vou explorar um pouco desse aparelho, suas vitórias e derrotas, a fim de tentar ajudar a compreender, o que tornou uma máquina tão esquisita, em um console tão memorável.
História
A história do Vectrex começa em 1981, quando dois engenheiros da Smith Engineering, Mike Purvis e John Ross, estavam estudando usos para uma série de tubos de raios catódicos (CRT), que haviam adquiridos em uma liquidação. Fortemente inspirados pelo arcade Asteroids, eles começaram a brincar com a exibição de vetores em uma pequena tela de cinco polegadas. Ao ficar sabendo do pequeno projeto, Jay Smith, na época o presidente da companhia, viu potencial para transforma-lo em um produto de sucesso.
(Primeiro Protótipo)
A busca por parcerias acabou os levando diretamente a General Consumer Electronics (GCE), uma distribuidora de aparelhos eletrônicos e computadores, que ao ver o protótipo do console, prontamente assinou um contrato de distribuição e produção. Algumas cláusulas do contrato viriam a impor certos obstáculos em seu desenvolvimento, uma delas colocava o lançamento do console para julho de 1982, o que dava a pequena equipe de 7 indivíduos da Smith Engineering, pouco mais de um ano para desenvolver não apenas o console, como seus jogos.
Divididos em três equipes ainda menores, os sete passaram a desenvolver a carcaça e joystick, o sistema operacional e os softwares que seriam usados nele. Foi uma época de trabalho árduo, para todos eles e alguns acabaram passando noites na instalação industrial, mas todo esse trabalho começou a valer a pena quando a primeira versão do console foi apresentada, ele tinha um corpo em madeira, que alojava uma tela de 9 polegadas e seus controles eram como versões reduzidas dos utilizados em máquinas maiores, levando o conforto dos jogadores em consideração pela primeira vez na história.
O sistema operacional e o primeiro jogo (Mine Storm) também já estavam quase completos, o que motivou a equipe a continuar o desenvolvimento a ritmo acelerado, mesmo que certas descobertas tivessem afetado negativamente a produção. Por conta da natureza dos vetores, os jogos só podiam exibir contornos e o alto custo das peças, fez com que a tela fosse substituída por um modelo monocromático, limitando a paleta de cores do console para apenas preto e branco.
(Imagem do jogo Spike)
Com a data de lançamento se aproximando, certas alterações tiveram que serem feitas a fim de tornar o console melhor comerciável, começando pelo controle, que passou a ter um formato mais próximo do utilizado em máquinas arcade, ainda mantendo o padrão de quatro botões frontais e um analógico digital (precursor do analógico moderno). A ausência das cores, foi parcialmente remediada com a utilização de templates, pedaços de plástico que eram colocados sobre a tela, simulando a presença de cor, um chip de memória também foi colocado em seu interior, nele estava contido o primeiro jogo do aparelho, Mine Storm, como uma espécie de brinde aos compradores.
E em julho de 1982, o console chega às lojas custando U$199 e atraindo a curiosidade de diversos jogadores. O alto preço do aparelho (quase o dobro da concorrência) podia ser proibitivo, mas a presença de uma tela acoplada fez dele um sucesso de vendas durante as festas de final de ano, já que permitia as crianças usarem seu vídeo game, sem inutilizar a televisão das residências.
(foto do lançamento)
Ao longo dos próximos meses o console conquistaria cada vez mais espaço dentro do mercado, recebendo mais jogos, com destaque para Star Trek, um dos primeiros shooters on rail espaciais e Blitz, primeiro jogo de futebol americano a conseguir uma larga base de fãs. Em um curto espaço de tempo quase 20 jogos haviam entrado na biblioteca do aparelho, o que chamou a atenção da Milton Bradley Company, uma gigante da indústria de brinquedos que a anos estava querendo ingressar no mercado de jogos caseiros.
(Fundador da Milton Bradley Company)
Oito meses após o lançamento do console, a gigante do mundo dos brinquedos, compra a GCE e com ela os direitos de produção e distribuição de seus produtos. Os planos da Milton Bradley eram ambiciosos, expandir para a Ásia e Europa, vendendo 2 milhões de unidades até o final do período fiscal. Infelizmente o mercado tinha outros planos e em meados de 1983, ocorre o famoso “Crash dos Videogames”, que debilitou o mercado e causou uma série de falências.
Logo o plano de expansão se tornou um plano de contenção, a empresa tinha poucos meses para retomar o crescimento, ou estaria acabada, assim dois cortes de preço foram realizados, deixando o valor base em apenas U$100. Novos periféricos foram criados, com o intuito de reacender o interesse dos consumidores, como a Light Pen, uma caneta que transformava a tela do console em uma prancheta de desenhos e o 3D Imager, um par de óculos com um disco giratório, que permitia a exibição de gráficos tridimensionais.
(3D Imager)
Todas essas novidades acabaram se mostrando em vão e em dezembro do mesmo ano, a Milton Bradley declara falência, sendo absorvida pela Hasbro. A nova empresa possuía grandes planos para o console, mas a situação do mercado ocidental ainda estava complicada e temendo sofrer perdas financeiras, no começo de 1984 as operações na Ásia e Europa foram encerradas e sua distribuição paralisada na América do Norte.
O console terminou como uma sombra de seu potencial, com apenas 28 jogos lançados ao longo de seus quase dois anos de mercado e um histórico de crianças com problemas de visão. Mesmo assim, seus gráficos futuristas, boa qualidade de software, "excelente" controle e demais inovações, permitiram que o aparelho continuasse vivendo na memória dos jogadores, com mais de 100 jogos lançados post mortem (muitos em mídia física) e acessórios que permitiram sua conservação ao longo desses 32 anos.
(Sundance, jogo lançado em 2011)
Esse é o Vectrex, um console completamente singular dentro da história dos vídeo games e um dos poucos que tentou inovar, em um mercado saturado com computadores em pele de console.
Última edição por vits em Seg 25 Jan 2016, 17:15, editado 1 vez(es)
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