Introdução
Pouco mais de três meses atrás, a aguardada sequência do imperdoável e cativante action role playing game Dark Souls desenvolvido pela From Software foi finalmente lançada, Dark Souls II. O jogo foi apresentado pela primeira vez na VGX (chamada na época de VGA) de 2012, e desde então criou muitas expectativas nos fãs da série. “Como esse jogo irá se conectar com a história do primeiro Dark Souls?”, “Será que vão manter a essência da série?”, “Ele será tão bom quanto o primeiro?”, eram perguntas que comumente passavam pela mente de quem aguardava o título. Nessa análise eu irei analisar e opinar sobre os principais aspectos do jogo.
Bem-vindo a Drangleic
Dark Souls II se passa no reino de Drangleic, uma terra que fora muito próspera no passado, mas que no presente caiu em desgraça, com o aparecimento de uma maldição que impede os seres humanos de morrerem definitivamente. Cada vez que os seres humanos “morrem”, eles retornam vivos para a última chama que repousaram, porém perdendo um pouco de sua humanidade e sanidade. Todos os seres humanos acabam eventualmente chegando aos seus limites de “mortes” e perdendo sua sanidade, se tornando Hollows que vagam eternamente pela terra sem consciência, atacando viajantes na esperança de obter de almas.
A maldição começou a levar à ruína o reino de Drangleic, e como se não bastasse, o reino sofreu com uma grande guerra no passado, quando o rei Vendrick viajou pelos oceanos e obteve um tesouro dos Gigantes, que enfurecidos vieram para Drangleic em busca do tesouro perdido, criando uma guerra trágica.
O jogador assume o papel de um amaldiçoado que chega a Drangleic em busca de uma cura para a maldição, como todas as pessoas que vão para essa terra, e se depara com um reino desolado após a guerra e cujo rei há muito tempo desapareceu...
Ao chegar ao acampamento Majula, um dos últimos locais em Drangleic que possuem humanos que ainda não sucumbiram à maldição, o jogador conhece a mulher Emerald Herald, que guia o jogador para uma tarefa: conseguir as almas de quatro seres superiores e se tornam o novo monarca de Drangleic.
Lordran e Drangleic
Conforme o jogador explora o mundo, ele começa a sentir déjà vus... As Torres de Heide se parecem muito com Anor Londo, a antiga cidade dos deuses de Lordran. As pessoas utilizam as mesmas técnicas de feitiços, milagres e piromancias, entretanto com a adição de magias negras (Hexes). Drangleic é aonde os amaldiçoados são enviados em busca de uma cura, e Lordran era a terra onde os amaldiçoados eram presos.
Este diálogo com o personagem Straid of Olaphis revela muito:
“Então, por quanto tempo eu fiquei petrificado...
Tempo o bastante para o antigo reino ter caído, eu vejo.
Tempo o bastante para Olaphis se erguer, cair, e desaparecer, evidentemente.
Por que ninguém me despertou antes?! Heh heh...
Drangleic... Eu nunca ouvi esse nome.
É assim que chamam este local agora?
Hah hah... muito bom, realmente muito bom.
Os amaldiçoados eram presos nesta terra.
É claro, você veio por vontade própria. Heh heh...
As pessoas temiam os amaldiçoados como uma plaga.
Algumas pessoas preferem manter as coisas terríveis longe de sua vista, longe de suas mentes.
No fim eles arrastaram eles e os acorrentaram aqui.
Tão típico de mentes fracas, você não acha?
[...]
Muitos reinos se ergueram e caíram sobre este pedaço de terra, o meu de modo algum foi o primeiro. Tudo que tem um começo tem também um fim. Nenhuma chama, por mais brilhante, não se apaga um dia e desaparece.
Mas então, a partir das cinzas, a chama reacende, um novo reino nasce, ostentando uma nova cara.
É tudo uma maldição! Heh heh heh!
E é a sua carne amaldiçoada que irá herdar a chama. Heh heh...”
E as conexões não param por aí. No DLC de Dark Souls Artorias of the Abyss, o Chosen Undead havia viajado para o passado e derrotado Manus, o pai do Abismo, que estava expandindo a escuridão. Nós não sabíamos exatamente quais seriam os efeitos disso, e em Dark Souls II podemos perceber que o abismo se fragmentou por Lordran (agora chamada de Drangleic), se fixando em pontos fixos que os membros do pacto Pilgrims of Dark podem adentrar. A prática de hexes (mistos de piromancia e feitiços que utilizam o poder do abismo) se popularizou, surgindo inclusive diversos hexers que se dedicam a esta arte.
Também podemos encontrar como legado de Solaire of Astora o pacto Heirs of the Sun, que utilizam as mesmas técnicas de luz e buscam auxiliar outros jogadores. Inclusive o mesmo altar que simbolizava a seita em Lordran pode ser encontrado em Drangleic.
Então, na verdade, Drangleic é a mesma terra dos eventos do primeiro Dark Souls, porém extremamente modificada pelo passar das eras.
Os personagens
Todos os personagens em Dark Souls II possuem um ar trágico. A maioria chegou a Drangleic buscando uma cura para a maldição, e o que encontraram é uma terra devastada e sem esperança. A maioria possui uma história subliminar, e você precisa dialogar com eles e prestar atenção nos detalhes para entendê-las.
Um bom exemplo é a personagem Lucatiel of Mirrah. Ela é uma espadachim que veio para Drangleic em busca de seu irmão e da cura, mas conforme você progride, ela comenta que o seu irmão já deve ter se tornado um Hollow, e que é só questão de tempo até que ela também se torne. Quando você entra em Aldia, é invadido por um homem chamado Aslatiel of Mirrah, sugerindo que o irmão dela já se tornou um Hollow.
Os personagens possuem histórias sutis que podem passar despercebidas por muitos jogadores, mas os mais atentos irão descobrir histórias profundas por meio de diálogos, descrições de itens e observação.
Nota da história, lore e personagens: 9,8.
Os gráficos
Dark Souls II apresentava gráficos belíssimos nos primeiros trailers, mas poucos meses antes do lançamento o jogo sofreu downgrade gráfico para melhorar a performance. Nos trailers iniciais, podíamos ver um sistema de iluminação dinâmica e uma física mais avançada nas vestimentas e cenários, o que não se cumpriu totalmente na versão final.
Entretanto, se o jogo pecou nos gráficos ao se analisar por uma perspectiva técnica (iluminação, resolução e algumas texturas), ele compensa isso com uma ótima direção de arte e fotografia.
Algumas partes do jogo são excepcionalmente bonitas, como o acampamento iluminado pelo sol Majula, as torres de Heide em contato com as águas do oceano e com um céu estrelado, ou ainda as florestas verdejantes e montanhas nas terras do leste povoadas por dragões.
E quando o jogo resolve apresentar cenários grotescos, ele o faz com excelência. Os laboratórios de Aldia conseguem ser terríveis e expressar os experimentos macabros que eram realizados ali. O mesmo acontece no castelo de Drangleic, o castelo que um dia foi o símbolo da glória daquele reino, agora está morto e abandonado, e o jogo te coloca no clima certo com o céu escuro e a chuva caindo em seus ombros.
Nota: 8.
A jogabilidade
A jogabilidade mantém a essência da série Souls, com o mesmo combate característico e boss fights desafiadoras. Porém, o jogo acrescentou muitas mecânicas novas que fazem toda a diferença, como a possibilidade de se utilizar uma arma em cada mão (dual wielding) e ter um moveset diferente ao fazê-lo, novos feitiços, milagres e piromancias, e a expansão das magias negras do primeiro Dark Souls – os hexes.
Além disso, a nova mecânica da tocha trouxe ideias muito criativas e possibilitou novos desafios. Algumas criaturas que abominam a luz irão se afastar quando você acender uma tocha, outras irão perceber mais facilmente a sua presença e virão atrás de você. Em alguns locais escuros, você não conseguirá ver o chão e precisará de uma tocha para poder andar com segurança. A tocha também influencia no seu campo de visão, expandindo a sua capacidade de mirar em inimigos distantes em locais escuros.
Como ponto negativo, o sistema de poise (equilíbrio) está bastante peculiar no jogo, mesmo usando uma armadura com boa defesa e equilíbrio, você pode ficar facilmente atordoado e sem prioridade de ataque. Entretanto acredito que irão consertar este detalhe em futuros patches.
Nota: 9,5.
A Trilha Sonora
Dark Souls II possui uma ótima trilha sonora, como é de costume na série Souls. O tema de Majula passa uma sensação de tranquilidade, porém com um clima de desolação.
A música do menu expressa o clima essencialmente melancólico do jogo, e as músicas dos chefes te colocam imediatamente sobre a pressão de um momento crucial.
Alguns fãs da série como eu podem acha-la menos memorável do que a trilha sonora de Demon’s Souls e Dark Souls, mas mesmo não superando as músicas dos jogos anteriores, Dark Souls II possui uma bela trilha sonora ao se analisar individualmente, e que irá evocar as emoções desejadas no momento certo.
Nota: 8,5.
O Multiplayer
Dark Souls II trouxe grandes avanços para o multiplayer da série. O sistema de Covenants torna as interações de invasão e cooperação muito mais vívidas, além de acrescentar um forte aspecto de roleplay, já que cada Covenant tem uma filosofia própria.
Por exemplo, o covenant Heirs of the Sun facilita que os outros jogadores vejam a sua marca de invocação, te invocando para o mundo deles para ajuda-los a passar de uma área/matar um boss/defender contra invasores. Cada vez que você como membro do covenant Heirs of the Sun ajuda um jogador com sucesso, você ganha uma Sunlight Medal, que te permite avançar de rank e ganhar novos equipamentos e milagres. Eu ajudei outros jogadores em diversos chefes e consegui o ranking máximo, e além de me divertir no processo, ganhei vários milagres importantes.
O mesmo vale para os outros Covenants, alguns são focados em PvP, outros em co-op e outros em PvE.
Sobre o PvP em si, o jogo sofre alguns problemas com a detecção de colisão e lag nas partidas. Você pode ter esse tipo de problema ocasionalmente:
Ou ainda acertar um inimigo em cheio com algum golpe/magia e o jogo não detectar a colisão.
Entretanto, a maioria das minhas interações de PvP ocorrem sem problemas, e quando tudo ocorre bem a interação é muito satisfatória. Como o jogo considera o soul level e a soul memory, você no geral irá invadir/será invadido por jogadores de poder parecido, e isso permite disputas acirradas. Matei invasores em Shrine of Amana e Undead Crypt, e também já invadi jogadores em Huntsman’s Copse e Aldia’s Keep e consegui assassiná-los. Mas também já morri para alguns invasores/invadidos, sejam por eles se saírem melhores que eu ou por problemas de netcode.
Em essência, você irá matar e também irá morrer. Irá sentir raiva quando for derrotado e sentirá um prazer inenarrável quando sobrepujar outros jogadores. Mas uma coisa é certa, o multiplayer propicia momentos apaixonantes.
Nota: 9.
Conclusão
Dark Souls II é um sucessor digno da série e atua muito bem como uma sequência: preserva a essência da série e ao mesmo tempo inova em certas mecânicas e expande mecânicas já estabelecidas. O jogo consegue ser melhor que os anteriores em alguns aspectos, mas pior em outros. A preferência por Demon’s Souls, Dark Souls ou Dark Souls II será algo extremamente subjetivo, mas definitivamente Dark Souls II é um jogo fantástico que irá agradar muito os fãs da série e um dos melhores jogos lançados nos últimos anos.
Nota final: 9.
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