Plataforma: PC/iOS
Desenvolvedora: Cornfox & Bros
Publicadora: Cornfox & Bros.
Lançamento: 2015
Gênero: Exploração / Action RPG / Puzzle
Média na Steam: 87%
Página do jogo: Loja
INTRODUÇÃO
Primeiramente eu gostaria de deixar uma coisa bastante clara, Oceanhorn: Monster of Uncharted Seas é um jogo extremamente baseado na franquia Zelda, muitas vezes ultrapassando o limite da inspiração e chegando perto do plágio. Isso é algo que se deve ter em mente antes de ler essa análise, já que eu não vou ficar apontando semelhanças em cada parágrafo, pois isso tornaria o texto absurdamente enfadonho e este não é o meu objetivo.
Tendo isso esclarecido, Oceanhorn: Monster of Uncharted Seas é um jogo de exploração, com pitadas de RPG e puzzle, criado pelo estúdio finlandês Cornfox & Bros, conhecidos pelo seu trabalho junto da Remedy Entertainment em Death Rally.
HISTÓRIA
O jogo se passa em um arquipélago, que outrora fez parte do poderoso reino humano de Arcadia, um lugar onde a magia e a ciência caminhavam lado a lado, o que possibilitou enormes avanços a sociedade e a criação de armas definitivas de defesa, as Fortalezas Vivas. Porém uma guerra com o povo Direfolk (Goblins), liderados pelo maligno Mesmeroth, acaba colocando tudo isso a perder e o reino é completamente destruído.
Diversos anos no futuro, acompanhamos as aventuras de “Hero”, um garoto que acorda e descobre que seu pai desapareceu. Agora com o auxílio de um diário e uma espada, cabe a ele sair em uma aventura, que promete revelar segredos perdidos a muitos anos e mudar o destino do planeta.
Em um contexto geral, a história é bastante plana e acaba abusando um pouco de certas inspirações, os personagens são bastante carismáticos, mas não ao ponto de se tornarem marcantes. A falta de crescimento nos ditos personagens também é visível, gerando situações muito artificiais, como o interesse romântico do protagonista, que surge em um determinada etapa da campanha, apenas para ser esquecida logo em seguida.
Comentário: Apesar de básica, a mitologia criada para o jogo é interessante, só falou um pouco mais de criatividade na hora de escrever o roteiro. Um destaque é a Ilha dos Sussurros, uma “dungeon” extra, que faz um excelente trabalho em construir uma narrativa, se eles tivessem igualado a qualidade do restante da história a desse lugar, com toda certeza esse jogo seria muito mais memorável.
GAMEPLAY
Em termos de variedade de mecânicas, esse jogo acerta em cheio, você tem um combate bastante simples, mas o uso de itens e magias, assim como a presença de uma barra de estamina, permitem adicionar camadas extras de complexidade, a interação com o ambiente também é importante, inimigos podem ser vencidos caso afogados ou esmagados com uma caixa, por exemplo. Fora dos confrontos físicos, o desafio está na resolução de quebra-cabeças, cada uma das cavernas do jogo funciona como uma “mini-dungeon”, com desafios próprios e algumas vezes um miniboss.
Para os colecionadores, o jogo também apresenta algum apelo, com pedaços de coração espalhados pelas diversas ilhas e as “pedras rubras”, essas fazem parte de uma quest de coleta, que apesar de não ser obrigatória, oferece um desafio razoável e um prêmio muito interessante. A navegação entre as ilhas é bem simples, por meio de um mapa mundial o jogador seleciona a ilha que deseja visitar e então um minigame é acionado, o objetivo aqui é defender a embarcação ao mesmo tempo que se coleta itens, longe de ser complexo, essas seções do jogo servem apenas para justificar o uso do barco, mas são curtas o suficiente para não enjoarem.
Um aspecto que eu adorei em relação ao jogo, diz respeito a integração das conquistas com o universo do jogo, cada uma delas confere uma quantidade de experiência ao personagem, assim para “upar” e melhorar os atributos do mesmo, somos instigados a completa-las. Vale notar que elas não são obrigatórias, sendo possível chegar no nível máximo sem necessariamente sair caçando achievement, por exemplo os referentes ao minigame de pescaria, podem ser puladas sem grandes prejuízos.
O único real problema que o jogo enfrenta, diz respeito a usabilidade do dinheiro, com poucas opções de itens a serem comprados, o jogador vai terminar com uma enorme bolsa de dinheiro inútil. A baixa dificuldade do jogo também é um fator que pode ser considerado negativo, tanto os inimigos quanto os quebra-cabeças não vão dar muita dor de cabeça ao jogador, podendo ser batidos em uma ou duas tentativas. O único aspecto que pode ser considerado difícil é, ironicamente, o minigame de pescaria, alguns dos peixes são tão poderosos, que deixam os chefes de Dark Souls no chinelo.
Comentário: De forma geral ele funciona como um Zelda portátil, com a dificuldade amenizada em prol de um gameplay que não perde momentum durante toda a sua duração. Mas a pescaria realmente destoa, não esperava que um minigame acabasse sendo tão desafiador, tanto que as conquistas mais raras são referentes a ele.
VISUAIS E SONOPLASTIA
As construções do jogo são todas baseadas em blocos, gerando uma identidade bastante única, que é auxiliada pela grande variedade de ambientes e pelos belíssimos visuais cel shadding, que contam com efeitos de iluminação bastante complexos, como o sombreamento semi-dinâmico. O estilo dos personagens pode ser considerado como Chibi ou Toon, mas é estilizado ao ponto de dar uma identidade própria a cada um deles, ao menos no que se refere aos "bonzinhos".
Infelizmente o mesmo não pode ser dito dos inimigos, com exceção da criatura que dá nome ao jogo, todos eles são bastante genéricos e apesar de bem animados, falham em deixar uma marca no jogador. A animação de fala é outro aspecto negativo, já que não são todos os personagens que acompanham expressões faciais em conjunto da fala (apenas a boca mexe), gerando um aspecto muito esquisito e de certa forma medonho, como se fossem bonecos de ventríloquo.
Em termos sonoros, o pessoal da Cornfox & Bros, fez um trabalho bastante competente, mas as músicas obviamente acabam se destacando, são 26 no total, todas igualmente bem produzidas e que dão prazer de serem ouvidas. Durante a produção da primeira versão, foi anunciado que ninguém menos que Nobuo Uematsu, responsável por diversas músicas da série Final Fantasy e pela música de abertura de Super Smash Bros Brawl, seria o encabeçado da elaboração das peças musicais, mas como seu nome não aparece nos créditos do jogo, não podemos confirmar a informação (apesar de aparecer na página do jogo).
Comentário: Fiquei encantado com a qualidade artística, principalmente por ser um produto de baixo custo e que foi originalmente lançado para um smartphone em 2013. Os efeitos de iluminação e a qualidade da água, não deixam nada a desejar a várias megaproduções por aí, mesmo com um ou outro efeito desligado.
VEREDITO
Em termos técnicos, não existe um ponto que possa ser criticado em relação a Oceanhorn: Monster of Uncharted Seas, seus visuais e músicas são impecáveis, assim como a base de seu gameplay, que apesar de emprestar aspectos de uma outra franquia, consegue agradar e manter o momentum ao longo de toda a jogatina. Seu único defeito é não se diferenciar o suficiente para criar seu próprio legado, condenando-o a existir sobre a sombra de uma franquia muito maior e de maior sucesso.
Mas com 14 horas de conteúdo, legendas em português (pt/br) e um preço de R$30 ou R$15 (promoção), esse é um jogo que fico mais do que feliz em recomendar.
Nota Técnica: 85/100.
Satisfação Pessoal: Muito Satisfeito (100% de satisfação).
Entenda a Nota
A Nota Técnica é baseada nos aspectos mensuráveis do jogo, como visuais, gameplay e qualidade narrativa, no caso Oceanhorn: Monster of Uncharted Seas, os pontos perdidos são referentes a falta de originalidade de alguns designs e principalmente do roteiro, que poderia ter sido muito melhor desenvolvido.
Já a Satisfação Pessoal é medida baseada na minha própria experiência, nesse caso, o jogo me prendeu completamente, me fazendo termina-lo em quase uma única seção de 14 horas, consequentemente ele recebeu uma nota perfeita.
Última edição por vits em Ter 26 Jan 2016, 03:53, editado 4 vez(es)
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