Estou trazendo para vocês a minha análise dos remakes de Ruby & Sapphire, que publiquei originalmente no site Somos Nintendo. Se vocês puderem comentar lá também, seria legal, mas o objetivo é debater aqui no fórum sobre a visão que vocês tiveram de OR/AS. Espero que gostem!
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MUITO MAIS QUE UM REMAKE
Ao finalizar OR/AS, algo ficou muito claro para mim: esses jogos não foram remakes, mas sim novas versões que apenas se passam em Hoenn novamente. Todavia, no decorrer da história, muitos elementos e diálogos vistos em RS podem ser notados, porém isso não exclui o fato que a trama das Primal Forms e Mega Evoluções tenha alterado drasticamente o enredo visto originalmente no GBA. Conforme você progride em sua jornada, diversas vezes ligações feitas a região de Kalos são apresentadas, ficando evidente que a Game Freak inseriu totalmente Omega Ruby & Alpha Sapphire no contexto da sexta geração, além de que deixou muitas pistas para os próximos jogos da franquia. Mas isso é papo para outro artigo.
Com a história principal modificada, (não entrarei em detalhes nessa análise para dar o mínimo de spoilers) OR/AS diferenciam-se muito dos outros remakes da franquia, como Heart Gold & Soul Silver, pegando como exemplo mais recente. Na remasterização da região de Johto, detalhes da versão Crystal foram embutidos no enredo de HG & SS, porém pouco alterou o visto anteriormente em Gold & Silver. Já nesses remakes de Ruby & Sapphire, é possível presenciar a mudança que sobretudo as mega evoluções causaram como um todo em Hoenn, o que provocou instantaneamente a exclusão da necessidade de utilizar elementos da trama de Emerald no decorrer da aventura. Ou seja, a tão pedida cena de Rayquaza encerrando o conflito de Kyogre e Groudon não marcou presença em OR/AS, justamente por não fazer sentido no novo contexto que os jogos trouxeram ao jogador. Esse exemplo que acabei de citar é apenas uma das muitas características de Emerald que não foram aproveitadas, indo de contrapartida ao que ocorreu em Heart Gold & Soul Silver, onde a história também girava em torno de Suicune, referindo-se claramente ao também ocorrido em Crystal.
Concluindo o pensamento, HG & SS foram muito mais remakes do que OR/AS, olhando obviamente para a questão da história. E essa modificação aconteceu pelo impacto das novidades da mega evolução na franquia, a qual exigiu uma explicação de sua origem, tema que é desenvolvido na trama de Omega Ruby & Alpha Sapphire. Já em HeartGold & SoulSilver, pouco se alterou, afinal DPP não abordaram algo tão significativo para exigir um novo enredo. Obviamente, como disse no início do texto, muito do visto em Ruby & Sapphire foi mantido nos novos jogos, entretanto todos os acontecimentos desenvolveram-se de uma maneira diferente e condizente sobretudo com as Primal Forms de Groudon e Kyogre, e com a mega evolução de Rayquaza.
Falando em Rayquaza, ele faz lembrar imediatamente do Delta Episode, extensão inédita da história de OR/AS que ocorre após vencer a Liga Pokémon pela primeira vez, girando em torno da nova e popular personagem Zinnia, e do meteoro que está prestes a atingir Hoenn e acabar não só com o continente, mas também com o mundo Pokémon. Esse episódio é uma das principais provas de que esses jogos são muito mais do que remakes, afinal temos muitas conexões com a trama de Kalos e revelações nos diálogos entre os personagens que mostram o papel de Omega Ruby & Alpha Sapphire na timeline de Pokémon. Essa função dos games na linha do tempo da franquia também será discutida em outra oportunidade aqui no site da Somos Nintendo, já que desviaria muito da análise.
Portanto, ficou claro que a história ganhou muitos pontos positivos e renovou a ideia de OR/AS serem remakes. Isso foi algo muito bom, pois trouxe as memórias de Ruby & Sapphire de volta, sem deixar de lado a importância das Mega Evoluções nessa geração.
UM MUNDO COLORIDO
Hoenn é um continente diversificado: possui um deserto, áreas vulcânicas, um extenso mar (odiado pela Team Magma e a equipe da IGN), rotas com características distintas, cavernas e muito mais. Portanto, não surpreende que ela seja a maior região da franquia e a que traz vastas oportunidades para exploração, como por exemplo, o uso do movimento Dive para procurar pokémon e localidades específicas debaixo do oceano. Com isso, os remakes necessitavam em sua produção de cenários mais vivos e melhores ambientados, para assim fazerem jus a real Hoenn que não pode ser retratada por completo pelas limitações do GBA na época de Ruby & Sapphire.
E essa necessidade foi atendida. Diferente do que vimos em X/Y, OR/AS ganharam vida no aspecto gráfico, tendo não só as localidades, mas também as batalhas mais coloridas e ambientadas, fazendo parecer jogos totalmente distintos em comparação ao presenciado em Kalos. Para o jogador de RSE, visitar o Abandoned Ship com certeza é um convite para se emocionar e surpreender, afinal com o hardware do 3DS e as melhorias impostas nesses jogos, o navio misterioso e sombrio pode ser retratado como realmente era imaginado pelos desenvolvedores das versões originais.
Com isso, a evolução gráfica também é um ponto notável em Omega Ruby & Alpha Sapphire. E não só por nos proporcionar um mundo colorido e divertido, mas também por prestigiar os fãs da terceira geração, reformulando com maestria os ambientes de Hoenn.
FRANQUIA EM EVOLUÇÃO
A cada novo jogo, Pokémon sempre evolui, seja com novos pokémon, itens, mecânicas ou até mesmo recursos fora das batalhas, como o Pokémon Amie visto em X/Y. E esse aspecto de progressão da franquia não faltou em Omega Ruby & Alpha Sapphire, como era de se esperar.
Inúmeras funcionalidades foram adicionadas, (possivelmente restringindo-se aos remakes, mas quem sabe sejam aproveitadas em futuras versões) como a sensacional possibilidade de voar pela região com Mega Latios e Latias. Novamente, opondo-se a X/Y, essa mecânica de fato cumpriu com o que prometeu e não foi limitada como o recurso de montaria nos Skiddo, permitindo o jogador sobrevoar literalmente toda a região e explorar áreas inacessíveis pelos métodos comuns de locomoção. Ilhas e portais podem ser acessadas por esse método, revelando itens, pokémon variados e lendários de todas as regiões, com exceção aos de Kanto e Kalos, e Celebi, Jirachi, Shaymin, Darkrai, Arceus, Victini, Keldeo e Genesect.
Outros recursos memoráveis, sendo todos continuados de X/Y, são os mantidos Pokémon Amie, Player Search System e Super Training. Além disso, a exemplo de Lapras, os pokémon Wailmer, Sharpedo (que dá o dobro de velocidade no Surf) e Kyogre são caracterizados quando utilizam HMs.
Por fim, temos a mecânica mais revolucionária de OR/AS: a PokéNav Plus. Para os jogadores de RSE, o nome com certeza é comum, e não é para menos, afinal esse recurso que pode ser acessado a qualquer momento na tela tátil do Nintendo 3DS, é uma evolução da antiga PokéNav. O aplicativo é muito útil, pois com poucos toques apresenta várias subdivisões, as quais podemos citar: a AreaNav, que têm os recursos de checar Secret Bases, batalhar com treinadores novamente e verificar os pokémon de todas as rotas de Hoenn; a DexNav, função extremamente notável e importante aos jogadores competitivos, já que auxilia a encontrar pokémon com Hidden Ability, Egg Moves e itens raros; a BuzzNav, a qual noticia eventos na região sobre personagens e pokémon raros, conectando-se ao StreetPass dos jogos; e pôr fim a PlayNav, que reúne os já citados Super Training, Amie e PSS.
Com todas essas novas características (somadas as inseridas em X/Y), os jogos destacam-se no fator inovação e também no Replay oferecido aos treinadores. Entretanto, OR/AS não limitam-se apenas a esses recursos descritos acima, o que resulta de imediato em horas prolongadas de jogatina que você verá a seguir.
O RETORNO DAS SECRET BASES E DOS CONTESTS: DIVERSÃO GARANTIDA
Após sua última participação na franquia em Platinum, os Contests finalmente voltaram, e com várias adições. Primeiramente, gostaria de falar mais sobre o Cosplay Pikachu. O popular rato elétrico ganhou cinco formas de se vestir, cada uma adequando-se a uma categoria dos torneios pokémon, e além disso, cada tipo de Pikachu possui um ataque exclusivo. Entre suas variações, temos: o Rock Star (com Meteor Smash), a Belle (com Icicle Crash), a Pop Star (com Draining Kiss), o Ph. D. (com Eletric Terrain) e por fim o Libre (com Flying Press). Esses tipos de Pikachu são todos acessíveis por meio do camarim dos Contests espalhados por Hoenn, entretanto apenas o Pikachu entregue por uma NPC após o seu primeiro torneio pode-se vestir dessas formas.
Prosseguindo com as novidades, temos a possibilidade de tirar fotos dos pokémon e salvá-las no 3DS durante a apresentação. Além disso, o cenário dos torneios se adapta ao local em que você está com a câmera do portátil, o que permite você também tirar uma fotografia com o seu monstrinho. Para os mais apegados aos seus pokémon, com certeza isso agradou bastante.
Encerrando, é legal ressaltar que o jogador pode mega evoluir seu parceiro durante os Contests, o que garante mais pontos com a plateia e o júri. Mais detalhes são fornecidos pela nova personagem Lisia, que é a coordenadora ‘’ campeã’’ e mais conhecida na região de Hoenn.
Agora vamos abordar as Secret Bases, mecânica exclusiva de RSE e que voltou para alegria dos jogadores nesses remakes. Basicamente, com o movimento Secret Power, você pode criar sua base em qualquer rota do jogo, e com o passar do tempo, decorá-la e deixa-la com sua cara. Além disso, agora é possível também criar seu próprio ginásio a partir das bases, convidando treinadores de todo o mundo para participar dos desafios de seu gym e definir seu time para que seus amigos o desafiem. Para compartilhar sua Super Secret Base, basta criar o QR Code a partir de seu computador da base para divulgar em páginas da internet ou trocar com outros jogadores via StreetPass. Com essa possibilidade, os replays dos jogos tornam-se infinitos e ajudam também a treinar os seus pokémon. E lembrando, existe um limite de bases para serem adicionadas. Outros detalhes são ensinados e desenvolvidos durante o enredo pelo novo personagem introduzido em OR/AS, Aarune.
TRILHA SONORA NOSTÁLGICA
Sim, nostálgica no total sentido da palavra. A trilha sonora é a parte mais próxima dos remakes em relação as versões originais, já que pouco foi alterado em relação aos temas das rotas, cidades e batalhas, mantendo-se bem próximo as músicas que marcaram uma legião de jogadores na terceira geração. Em contrapartida, novos temas (e muito bons, por sinal) surgiram para personagens como Zinnia, ou em alguns locais/situações que não aconteceram em Ruby & Sapphire, dando dessa forma um ar inédito na viagem por Hoenn.
VEREDITO
Uma nova Hoenn, com novas aventuras, mega evoluções, (que serão tratadas exclusivamente em um artigo posterior) personagens, ambientes e mecânicas. Pois é, sem dúvida alguma Omega Ruby & Alpha Sapphire são muito mais do que remakes, e que trouxe aos treinadores mudanças no competitivo e até mesmo na timeline da franquia, algo que ainda será muito discutido aqui no site. Todavia, para os nostálgicos, OR/AS também proporcionaram momentos clássicos, como em sua trilha sonora ou até mesmo na essência de seu enredo. Conclusão, são versões que podem agradar desde o jogador novo, até o mais velho, e que concertaram os problemas em relação ao fraco post game visto em X/Y e aos gráficos ‘’ sem graça’’ da região de Kalos. Por fim, deixo meu resumo por tópicos:
- História: 10/10
Deixou o clássico e inovou com o contexto das Primal Forms e Mega Evoluções, adicionando o Delta Episode no post game, que surpreendeu positivamente. Impossível de não gostar e deixar o jogador louco para a criação de teorias na timeline dos jogos.
- Trilha Sonora: 9/10
Permanecer com a maioria dos temas de Ruby & Sapphire (apenas com leves mudanças) e adicionar músicas referentes a novos personagens foi uma boa cartada para atrair velhos jogadores, porém fiquei com o pressentimento de que a equipe que desenvolveu o jogo poderia ter se arriscado mais na alteração da trilha. Obviamente, não poderiam mudar a essência, mas ficou algo muito restrito. De qualquer forma, a qualidade não fugiu do padrão da franquia e continua excelente.
- Replay: 10/10
O replay é algo que não é possível criticar. Além de todos os recursos que foram exibidos na análise, contamos com uma área extra nos jogos, o Battle Resort, ao qual apresenta a Battle Maison de X/Y e outras atividades para o jogador passar o tempo após vencer a Liga. Além disso, todas as Mega Stones existentes podem ser encontradas pelo mapa de Hoenn.
- Jogabilidade: 8,5/10
O Exp.Share deixou o jogo muito fácil, não há dúvidas disso. Mesmo que ele possa ser desligado, a facilidade proporcionada pelos rematchs é grande, mesmo que a Liga Pokémon seja mais desafiadora do que a vista em X/Y.
- Gráficos: 9,5/10
Ótima ambientação, e batalhas/locais mais coloridos em relação a X/Y, deixando tudo mais vivo e com isso insere o jogador na região, como nunca um jogo de Pokémon fez. Entretanto, problemas com as Horde Battles e alguns serrilhados, por exemplo, permaneceram nessas versões.
NOTA FINAL: 9,4
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