Descrever em palavras períodos de tempo determinados antropicamente é complicado, afinal são literalmente vários e vários dias somados, resultando em um monte de dias e não necessariamente no fim de um ciclo. Mas, como as instituições de todas as naturezas, congregações diversas e eventos sociais baseiam-se em plenas atividades também criadas pelo homem, esses ciclos acabam por coincidir.
Do ponto de vista social, foi um ano excelente. Foi muito bom conhecer pessoalmente vários membros do Nintendo Blast, fórum do qual participo há 6 anos e meio. Conheci o Vargolino, darkkong e vários membros para os quais vendi jogos. Mantive contato e saí várias vezes com Fabbrini20, Guinomonster, Vitor Ômega e outros. Até o Schweppes teria conhecido se ele se importasse pelo menos um pouco com os amigos. Ano que vem irei conhecer alguns membros que moram no RJ, como o Guilherme Bezerra e o MarcoJunior.
Apesar de melancólico, o fim de evento amoroso mostra todo o caminho pelo qual você percorreu, a que destino chegou, onde cometeu equívocos e negligências, onde poderia ter agido diferente e, principalmente, abre três opções distintas, que são a de voltar, a de seguir em frente e alterar seu arcabouço interior a fim de redirecionar seus rumos e a de ir atrás da mesma vida, porém acompanhada de alguém diferente. As três opções têm altos e baixos e nesse ano passei por uma delas várias e várias vezes. É incorreto dizer que me arrependo, porém daria tudo para voltar a janeiro e refazer toda essa história, partindo do conhecimento em relação a esse tema que hoje eu obtenho. Se eu apagasse todos os erros do meu passado, junto deles iria grande parte da minha sabedoria e não me esqueço disso jamais. Atualmente, a escolha de reutilizar esse caminho que tomei está nas minhas mãos, bem como a de seguir por algum dos outros dois. Discuto e desabafo em congregações paradoxalmente não-colaboradoras, contudo a decisão final não pertence a ninguém senão a mim.
No fórum, por incrível que pareça eu tive um dos meus melhores anos no quesito diversão. Não entrei muito e fiquei sem logar por várias semanas algumas vezes, o estresse do vestibular me consumia. Mas o pouco que postei foi de coração e foi feito unicamente pra contribuir com o tópico em questão ou pra me comunicar com algum usuário específico. Não me arrependo de nenhuma das postagens ofensivas que eu fiz, pois todas elas foram escritas com sinceridade e certeza, além de provas e aprovação geral popular. Entretanto me desculpo por não ter sido um moderador presente em todos os outros quesitos.
É bizarro e extremamente desmotivador como, incrivelmente, temos a grandiosa capacidade de entender e memorizar, literalmente, centenas de conhecimentos acerca de temas sobre os quais NÃO TEMOS INTERESSE, a fim de que consigamos alcançar algo ao qual almejemos. Acordei, no início do ano, exatamente às 3h40, saía de casa e só voltava às 20h, completamente destruído. Segui fazendo isso até que tive que escolher entre saúde ou a manutenção dessa rotina e optei pela opção que me conferia maior longevidade. Seja como for, mantive uma rotina estressante em todos os aspectos durante o ano todo. Foram, pelo menos, onze horas de estudo diários atrás de um único sonho: cursar medicina. Tudo isso pra ficar a um teste de concorrer à toda poderosa Medicina Usp. Apesar de não ter sido suficiente, essa nota me fez acreditar que havia uma chance gigantesca de passar em outra faculdade à qual eu aspirava, mas nada. Confesso que tenho uma grande chance de passar em alguma até o final de janeiro, porém as duas que eu mais queria já foram e eu não posso fazer mais nada a respeito.
Aprendi em 2016 que mentir tem um efeito similar ao do uso de esteróides em praticantes de treino resistido: não causa dependência química, mas psicológica; e é ótimo enquanto dura, mas terrivelmente deprimente no seu fim. Apesar de não ter sido "pego" na mentira gigante que inventei, a consciência tomou conta de mim a ponto de me desfazer, propositadamente, de tudo o que conquistei com essa ilegalidade. E tenho certeza de que, uma hora ou outra, eu seria descoberto e as consequências só seriam piores. Se posso dar uma dica, tentem mudar parcialmente o sistema no qual está metido em vez de dizer que faz de uma maneira mas faz de outra.
Já que toquei no assunto da musculação, foi um ano horrível nesse quesito. Não evoluí praticamente nada. Não podia esperar outra coisa: vestibular causa estresse, estresse eleva os níveis de cortisol e a regra é bem clara: cortisol alto, resultado baixo. A falta de resultado irrita e a irritação leva à liberação descontrolada da raiva no treino resistido, que implica necessariamente em séries feitas até a falha. Essa falha prejudica o seu sistema nervoso central. A falta de rotina sólida e a impossibilidade de ficar em casa me obrigaram e não seguir dieta old school ou "iifym". Portanto, foi praticamente nula a evolução nesse um ano e epsero um 2017 bem mais focado.
Foi um bom 2016.
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