Análise - - Mutant Ninja Turtles: Mutants in Manhattan

Plataformas: PS4, Xbox One, PC, PS3, Xbox 360.
Versão analisada: PS4.
Data de Lançamento: 24 de maio de 2016.
Publicadora: Activision.
Desenvolvedora: PlatinumGames.
Preço médio (PS4): R$200.

Teenage Mutant Ninja Turtles: Mutants in Manhattan é o novo título Hack and slash das tartarugas preferidas de todos que cresceram nos anos 1990. Desenvolvido pela PlatinumGames, conhecida pelo seu excelente trabalho na série Bayonetta. Esse novo jogo faz parte do pacote de licenças adquirido pela Activision, que inclui outras franquias animadas como The Legend of Korra e Transformers, que já receberam suas adaptações para os consoles e PC, também pelas mãos da PlatinumGames em 2014 e 2015 respectivamente.

Esses outros dois jogos foram razoavelmente bem recebidos entre a crítica e os fãs, apesar de serem muitas vezes taxados como superficiais e limitados. Tendo isso mente era de se esperar que a desenvolvedora fosse investir mais pesado nesse novo título, a fim de eliminar esse estigma de jogos medíocres licensiados, mas o que nos foi entregue está muito longe disso e de certa forma, pode ser considerado como o pior jogo da empresa até hoje.

Assim como muitos outros jogos desenvolvidos por esse estúdio, Teenage Mutant Ninja Turtles: Mutants in Manhattan segue uma formula básica, você controla um personagem de cada vez, tendo acesso a um leque bastante limitado de habilidades, mas conforme as fases vão sendo concluídas novas opções de combos e ataques são habilitados, permitindo uma maior fluidez e variedade na hora de eliminar seus oponentes. O grande problema é que ao contrário de jogos como Transformers: Devastation, esse sistema de progressão é visualmente artificial e honestamente desnecessário, já que acrescentam pouquíssima variedade ao gameplay e diversas vezes o jogador vai preferir ficar com o combo básico de ataque fraco mais ataque forte.  

Uma “novidade” desse novo jogo é a possibilidade de comandar as demais tartarugas, com posicionamentos diversos, como atacar, defender, proteger objetivo, etc... Que poderiam garantir um maior grau de complexidade, mas no final acabam sendo apenas nomes diferentes para uma mesma ação, que é “corram aleatoriamente pela fase e matem o que verem”; essa situação com a IA é tão ruim que o jogador só vai perceber que possui companheiros em dois momentos, quando por, algum acaso, ele for abatido e necessitar de ajuda e nas lutas com chefes de fase, quando todos os seus companheiros morrerem igual moscas, pois foram pra cima do adversário sem muito planejamento, cabendo a você ressuscita-los ou morrer tentando. Falando em chefes, eles são literalmente a única parte divertida do jogo, trazendo uma maior variedade de combate e uma certa nostalgia, por serem elementos clássicos do antigo desenho e quadrinho. Mas até chegar nesses 10 minutos de diversão, pode se preparar para enfrentar hordas de inimigos descerebrados, em cenários lineares, porém abertos que não possuem absolutamente nada de interessante, com exceção de uma série de missões secundárias, que incluem: Levar essa esfera até o outro canto da fase, matar determinado número de inimigos e/ou matar um inimigo em específico. Essas tarefas estão lá para forneceram algum tipo de variedade, mas quando combinadas com uma IA completamente estúpida e cenários lineares, acabam se tornando verdadeiros pesadelos e diversas vezes o jogador vai desejar simplesmente estar fazendo outra coisa.


A história de fundo do jogo é igualmente inexistente, mas isso não chega a ser um problema já que o material base também não envolvia enredos muito diferentes do que impedir as maquinações de um determinado vilão. O trabalho de voz do jogo é bastante competente, entregando boas piadas ao longo da aventura, mesmo que algumas delas possam parecer fora de hora, essas falas no geram são acompanhadas de uma música de fundo bastante animada, com um excesso de solos de bateria e guitarra, que apesar de combinarem com os personagens, não necessariamente combinam com a ação expressa na tela, causando uma sensação de deslocamento.


Felizmente muitos dos problemas do jogo podem ser resolvidos trocando a IA por jogadores reais, que atuam de forma muito mais esperta (na maioria das vezes), o grande empecilho é que o jogo só suporta multiplayer online (que está praticamente morto), deixando o multijogador local de lado - Segundo a Activision, essa escolha foi tomada para garantir que o jogo rodasse a 60fps constantes, o único problema com essa explicação é que a taxa de frames é travada em 30 frames por segundo em todas as plataformas - Mas a cereja do bolo é a duração do jogo, simplesmente passando pelos leveis e concluindo as missões secundárias, eu levei pouco mais de 4 horas para passar pela campanha, que depois de concluída não oferece nada além de re-jogar as fases buscando scores maiores. No final temos um jogo repetitivo e que consegue enjoar mesmo sendo absurdamente curto, a ausência de modo multiplayer local e a presença de uma IA completamente abominável, faz desse um produto tão dispensável para a franquia das Tartarugas, quanto aquela atrocidade produzida pelo Michael Bay.


Eu já esperava um trabalho medíocre aos moldes do que foi Transformers: Devastation, mas a PlatinumGames conseguiu se superar e entregar um trabalho que é, em todos os quesitos, muito pior que o anterior. É um jogo que seria difícil de recomendar por R$50, pelo preço de um AAA então? Recomenda-lo é impossível.

Meu veredito é: "Passem longe, só adquiram em promoções de 75% ou mais, se possível aluguem e se um dia surgir na PS+ ou na GwG, cogitem se o espaço na memória do aparelho não seria melhor ocupado por vídeos de grama crescendo."

Pontos Positivos:

- Ótimos chefes de fase.
- Visuais fieis ao desenho.

Pontos Negativos:

- Repetitivo.
- Curto.
- Inteligência artificial problemática.
- Combate pouco prazeroso.
- Sem motivo para replay.
- Sem multiplayer local.
- Online morto.