'' Se você acha que alguns jogos são cruéis, deveria dar uma olhada em Final Fantasy Legend II para ver do que Darwin estava falando, quando escreveu sobre a sobrevivência do mais forte. Bom, talvez ele não estivesse pensando no jogo, mas ninguém notaria a diferença. Legends II gostava de deixar bem claro quem era o macho alfa, tanto que, na época, muitos tomaram um susto por causa da dificuldade. A verdade é que Final Fantasy Legends II não é FF coisíssima nenhuma, Bino. É uma cilada - ou quase isso.
Em 1989, o Game Boy dominou o mundo com Tetris e o então presidente da Square, Masafumi Miyamoto - que a gente saiba não há nenhum grau de parentesco com o Shija -, queria uma fatia do bolo. Depois de algumas chibatadas para conseguir a atenção da equipe de desenvolvimento, ele ordenou que todos se dedicassem a criar um jogo que fosse sucesso imediato no GB.
Masafumi Miyamoto
Entre os açoitados estava Akitoshi Kawazu, o produtor de Crystal Chronicles. Calejado de tanto trabalhar em FF I e II, Akitoshi disse que um RPG sob medida para o portátil faria muito mais sucesso que uma cópia de Tetris. Algo que tivesse de seis até oito horas de duração e que mantivesse os jogadores tensos, mesmo que ligassem o Game Boy por apenas alguns minutos enquanto iam de casa para o trabalho.
Akitoshi Kawazu
E como ele conseguiu isso, você pergunta? Simples, fazendo com que eles encontrassem uma horda de mutantas e robôs sanguinários a cada cinco passos dados, e utilizando um sistema de criação de equipes que é meio estranho para os padrões de hoje - as classes disponíveis eram os mutantes, os únicos que subiam de level, os monstros que mudavam de forma devorando os inimigos, e os humanos que tinham de comprar melhorias. Isso, senhoras e senhores, é SaGa, o primeiro RPG do Game Boy.
Pilha de Sucessos
O jogo, que foi lançado em dezembro de 1989 no Japão como Makai Toushi SaGa, só ganharia uma versão em inglês no ano seguinte, isso se no meio do caminho a Square não tivesse percebido que Final Fantasy era sucesso de vendas no Ocidente. Mas eles notaram e logo mudaram o nome de The great Warrior SaGa para FF Legend - ironicamente, a primeira vez que a Square vendeu um milhão de cópias foi com SaGa, e não com FF. Mas o legado do jogo é bem maior que alguns zeros a mais na conta de alguém. Até mesmo o criador de Pokémon, Satoshi Tajiri, disse certa vez que MTS que provou que o Game Boy iria vingar.
Makai Toushi SaGa
E como um sucesso da Square quer dizer que múltiplos sucessos e SaG... Legend, começou a ganhar uma nova sequência a cada ano e, em toda versão nova, ele ficava mais e mais parecido com os RPGs que nós conhecemos hoje. O que não quer dizer que o jogo ficou mais fácil, apenas mais simples e dando prioridade para a história - ao ponto em que SaGa III, eles eliminaram atributos únicos de cada uma das classes para que a equipe ganhasse mais destaque durante a aventura.
Quando Romancing Saga apareceu no Super Famicom, em 1992, a crueldade da série já era coisa do passado e a fórmula único do jogo já tinha sido bem diluída. Tanto que, com exceção de alguns remakes, a série nunca mais seria vista em um portátil. É uma pena que nós, ocidentais, nunca vimos a última parte do jogo em que Kawazu e sua equipe surtaram de vez, e quase deixaram o jogo tão complexo e ramificado quanto Dragon Quest. Bom, pelo menos RS2 manteve um pouco daquela história de ''manter os jogadores tensos enquanto iam de casa para o trabalho'' viva. Os nomes dos sete inimigos que você enfrentava eram anagramas das maiores estações de trem na linha de metrô de Yamanote, em Tokyo, rota de milhões de trabalhadores da cidade. Bem, já é alguma coisa.
Capítulo Final
Como já fazia um tempo que SaGa tinha perdido suas raízes, ninguém ficou tão abalado assim quando o último jogo da série foi incluído no acordo de exclusividade entre a Sony e a Square, em 1996. A verdade é que mesmo com todas as melhorias, as viagens espaciais e arte fantástica, Frontier 1 e 2 nunca fizeram pelo PlayStation o mesmo que o original fez pelo Game Boy. talvez por isso a série tenha sido terminada em 2003 com Unlimited para PS2. Um fim triste para a SaGA mais controversa da Nintendo, mas uma bom dia para a Big N, já que Kawazu não teve escolha a não ser sacudir poeira e começar outro jogo, Crystal Chronicles para o GameCube. ''
Este texto foi transcrito por mim da edição 33 da NGamer brasileira. Espero que tenham gostado!
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