''Em Setembro de 1997, quase um ano e meio depois da Game Freak ter lançado Pocket Monsters no Japão, um pequeno rato/gato/sabe-se lá o que amarelo cismava em tirar nossa atenção do recém-lançado GoldenEye 007. Hoje, ele entope nossos DSs e estrela seu sexto-centésimo episódio de animê. Não é possível ir até a padaria da esquina sem ver ou tropeçarem algo que tenha a ver com Pokémon.
Satoshi Tajiri, o pai dos monstros, nunca planejou que eles fossem tão fofos. A fagulha inicial de genialidade veio com uma memória de infância da caça a insetos e da alegria do descobrimento. Conhecido como dr.Bicho, o pequeno Tajiri vagava pelos subúrbios de Machida, em Tóquio, aprisionando besouros e pescando girinos. Os últimos inspiraram a espiral estomacal de Poliwhirl: seu design recria os intestinos visíveis através da pele translúcida do futuro sapo.
Conforme Tajiri crescia, Machida mudava ao seu redor. Campos viraram asfaltos e lagos, repletos de animais parecidos com rãs, viraram fliperamas repletos de adolescentes parecidos com rãs. Tajiri estava entre os gastadores de fichas e, em 1978, fundou o fanzine de arcade de Game Freak, destinado a ensinar dicas e estratégias para as máquinas modernas da época. Escrita a mão e xerocada, a revista vendida pelo empreendedor Tajiri por 300 ienes o exemplar. No auge da popularidade da Game Freak, a edição com o detonado de Xevious, que ensinava como marcar um milhão de pontos, vendeu 10 mil cópias.
Inseticida às avessas
A transição da revista para a produtora de games não é tão complicado de imaginar. Tajiri fazia parte de uma de escritores, artistas e malucos por tecnologia que discutia fervorosamente as complexidades dos jogos eletrônicos - e de quem mais você precisa para criar jogos? Estimulado por vencer, aos 16 anos, um concurso do tipo ''Faça um Game'' patrocinado pela Sega, Tajiri se transformava em um especialista em programação. Outro colaborador de destaque é Ken Sugimori, artista da Game Freak que mais tarde desenharia os primeiros 251 pokémon.
Tajiri programou sozinho, em 1989, o jogo de estreia da Game Freak: um bizarro quebra-cabeças chamado Quinty. Porém, mais importante, é que em 1989 foi o lançamento do Game Boy no Japão. Estranhamente, de todas as qualidades características do Game Boy, foi o cabo link que incendiou a imaginação de Tajiri: ao visualizar bichos se arrastando pela linha, ele foi levado de volta a seus dias de infância. Os insetos que haviam sido expulsos pelo progresso podiam viver livres novamente; crianças que nunca tinham visto uma árvore na vida podiam brincar de caça digital a insetos.
Começa a invasão
Surpreendentemente, a Nintendo quase rejeitou a ideia quando Tajiri mostrou Capsule Monsters, em 1990. Entretanto, o conceito era bom o bastante para atrair a atenção de Miyamoto. Ele agiu como mentor de Tajiri e a relação entre eles foi referenciada afetuosamente no game: na versão japonesa, você joga como Satoshi e seu rival é Shigeru, que está sempre um passo à sua frente. O que é bastante justo, já que Miyamoto estava dando a maior força - foi a ideia dele lançar múltiplas versões do game para encorajar a troca de monstros entre os jogadores.
Enquanto Tajiri passava os cinco anos seguintes refinando a ideia, a Game Freak ia caindo nas graças da Nintendo, trabalhando em games do Yoshi, Mario, Wario e na Game Boy Camera e Printer. Lançado em 1995, o software de Game Boy Camera estreou sprites de Pokémon um ano antes de seu próprio lançamento. Em 27 de fevereiro de 1996, Pocket Monsters (como eram conhecidos no Japão) Red e Green chegaram às lojas. Treze anos e 175 milhões de unidades vendidas mais tarde, não é preciso dizer o que aconteceu.
Ah, sim... seis meses depois, o graficamente bombado Pocket Monsters Blue foi vendido exclusivamente pelo correio. Esta versão melhorada foi usada como modelo para os ocidentais de Pokémon Red e Blue, lançados em 1998 depois de (para a época) um épico trabalho de localização. Curiosamente, a Nintendo of America quis deixar os fofos monstrinhos com uma aparência mais brava. Hiroshi Yamauchi, o presidente da Nintendo que está bem longe de ser fofo, deu um breque nessa história.
Então, na próxima vez que você xingar aquele rato elétrico fofolete, lembre-se de que poderia ter sido pior: ele poderia ter a cara do Chuck Norris. Ufa...''
Este texto foi originalmente publicado na edição 29 da extinta NGamer no Brasil, e eu transcrevi essa matéria de minha revista para vocês. Espero que tenham curtido! ~Lucasmon
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