Robert Prado escreveu:Na época do PS1/PS2, que eu era criança e não tinha condições de comprar jogo original (mesmo se tivesse condições, era difícil encontrar lançamentos com a mesma frequência dos piratas) e comprava sim jogos com dinheiro de mesada.
Isso me beneficiou, não sou hipócrita pra negar isto.
Agora, hoje em dia que trabalho e tenho condições de comprar jogos originais. Pago no máximo 150,00 em lançamentos (esse preço de 200/250 é só pra cabaço que não sabe pesquisar) e me sinto confortável com esse preço, visto que o jogo lá fora é 60 dólares e o dólar custo 3 reais. E é comodo, o jogo é meu, comprado de forma legal, atrelado a minha conta, vai estar disponível pra mim jogar pra sempre, não vou me preocupar com modo on-line, posso excluir / baixar quantas vezes eu quiser, meus saves tem back-up diário na nuvem, meus jogos de pre-venda baixam automaticamente antes do lançamento.
O serviço que é proporcionado, é comodo e pra mim compensa. E é justamente aí que está o problema: Serviço.
Gabe Newell disse certa vez que "a pirataria é quase sempre sobre um problema de serviço, e não um problema de preço." E está certíssimo, que comodismo a pirataria de jogos te dá? Nenhum, muito pelo contrário, te força a ter que ficar levando seu video-game pra atualizar software, pode cortar sua jogabilidade on-line, não te deixar usar sua conta principal que estão seus troféus, ou seja, só complica.
Peguem como exemplo, séries e animes. Temos excelentes serviços como Netflix e Crunchyroll que entregam um excelente conteúdo por um preço acessível. Ficar esquentando com pirataria pra que, se tenho tudo fácil a preço de banana?
Agora, peguem filmes. Você tem todo o incomodo de ter que ir em cinema, pagar caro no ingresso e na pipoca, pra assistir em uma sala com gente que faz barulho e fica com aquela bendita luz de celular na sua cara. Só compensa se você vai acompanhado com alguém pra curtir todo o programa que se tem. O que acontece? Pessoas acham meios de pegar o filme pirata, que não demora muito pra sair com qualidade ótima e assistem no conforto de casa, com direito a pipoca e tudo.
Algo parecido podemos aplicar para música. Normalmente música é algo que você escuta com grande frequência, logo, precisa de disponibilidade a todo instante. O problema é um misto de serviço e preço: Temos serviços que funcionam online, outros cobram preços levemente salgados por download da música. Em contra partida, podemos baixar álbuns inteiros em segundos por torrent e fica seu pra sempre do mesmo jeito.
Música é um exemplo que baixo mesmo por torrent. Não consigo ver algo que me agrade pra comprar original, no máximo só de algumas bandas que gosto e olhe lá.
Em todos os casos, o problema é 80% de serviço mal feito que força as pessoas a irem pra pirataria. E tenho um serviço que me dá muito comodismo em comprar original além de me sentir bem em ajudar desenvolvedores que criaram experiências que foram magníficas para mim. Também penso pelo outro lado da moeda: Um dia serei desenvolvedor e ficaria grato em ver que minha criação está sendo reconhecida.
Que post bonito de entrar em um debate!
Nunca pensei que o problema da pirataria fosse algo mais atrelado ao serviço do que preço. O exemplo do cinema foi o que mais me fez pensar "caramba é verdade".
O problema da música é que ela ainda não soube evoluir com o tempo. Por um lado temos o Spotify, Pandora, entre outros, do outro lado temos o disco original, iTunes, entre outras. Fui fazer um cálculo de quanto eu teria que gastar para comprar todos os meus discos pelo iTunes e eu gastaria em torno de 12 mil reais em 350 álbuns e singles (contando que o dólar é 3 reais e ignorando as taxas de cartão de crédito junto com os impostos). Com os serviços de streaming eu gastaria entre 12 a 25 reais para ter acesso ao acervo por um mês e nunca teria de fato as músicas. Uma coisa é um filme ou uma série que você vai assistir uma vez e pronto, se gostar muito você vai lá e compra o blu-ray e faz coleção, entretanto isso é inviável com as músicas.
Sinceramente, não vejo mais motivos para piratear um jogo, a não ser que seja emulação de jogos impossíveis de jogar normalmente, o que não foi o caso da matéria. Temos a PS Plus, Steam, Live só não joga jogos originais quem não quer, porque atualmente os preços estão bem competitivos, principalmente, na steam.
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